A cúpula tucana em Goiás rachou para as prévias do PSDB nacional, que vão decidir quem será o pré-candidato do partido para presidente da República, na eleição de 2022. O ex-governador e presidente licenciado do diretório goiano, José Eliton, já havia declarado voto ao governador gaúcho Eduardo Leite. O ex-governador Marconi Perillo, presidente interino do diretório estadual, declarou hoje (17/11) voto para o governador paulista João Doria. Embora afirme que a sua decisão é pessoal, Marconi deve mudar a tendência de muitos votos de tucanos goianos. A maioria em Goiás sinalizava apoio para Eduardo Leite (leia mais sobre isso aqui).
Para o blog da jornalista Fabiana Pulcineli, do jornal O Popular, Marconi justificou que tem “seus motivos pessoais” para votar em Doria. Citou que um foi ter recebido o apoio do paulista quando se lançou candidato a presidente nacional do PSDB, em 2017. O goiano também já disse, em várias oportunidades, que é grato a Doria por ter o ajudado a conseguir emprego de consultor na siderúrgica CNI. Marconi também citou qualidades que vê em Doria como gestor de São Paulo. Além disso, a relação dos dois vem desde que Marconi era governador e Doria empresário e presidente do Grupo Lide.
No início de outubro, José Eliton publicou uma carta de apoio a Eduardo Leite. Ela também foi assinada por outras lideranças tucanas de Goiás, como o ex-deputado federal Giuseppe Vecci, membro do diretório nacional, e o presidente do PSDB Jovem de Goiás, Rodrigo Rizzo. No mesmo dia, Marconi publicou uma nota afirmando que se tratava de opinião de um grupo e que não representava o pensamento do diretório estadual. Dias depois, Eliton pediu licença da presidência do partido para tratar da saúde; Marconi assumiu o comando.
Não é a primeira vez que Marconi Perillo e José Eliton divergem sobre os rumos do PSDB em Goiás. Em maio deste ano, ao assumir a presidência do diretório estadual, Eliton defendeu diálogo com todos os partidos de oposição ao governador Ronaldo Caiado (DEM), inclusive com o PT. Declarou ainda que, se o segundo turno da eleição presidencial for disputado entre Jair Bolsonaro e Lula, votará no petista. Em 2018, ainda quando governador, Eliton já havia declarado voto em Fernando Haddad (PT), que disputou o segundo turno contra Bolsonaro.
A reação de Marconi foi imediata: “PSDB e PT, historicamente, são como água e óleo, não se misturam. Isso ficou claro ao longo das últimas três décadas de duro enfrentamento, respeitando sempre o necessário debate democrático”. Não se tocou mais no assunto dentro do PSDB goiano.