O deputado estadual Antônio Gomide (PT) apresentou na Assembleia Legislativa o projeto de lei que visa implantar câmeras nos uniformes dos policiais de Goiás. Prevê que as câmeras deverão ser, obrigatoriamente, ligadas em todas as buscas realizadas pelas Polícias Civil e Militar, durante operações e em todos os casos de cumprimento de mandado de prisão.
O projeto tramita na CCJ da Assembleia e é relatado pela deputada-delegada Adriana Accorsi (PT), que certamente dará parecer favorável.
O uso de câmeras acopladas aos uniformes de policiais militares começou a ser implantado no ano passado em São Paulo. Atualmente são 3 mil câmeras em operação em 18 unidades da PM paulista. Desde então, o número de mortes em confrontos policiais caiu 85%. No batalhão da Rota, a elite da PM paulista (como a Rotam em Goiás), o número de mortes caiu 89%. Houve também queda nos casos de desacato, no número de prisões e uso de algemas.
Os governos do Rio de Janeiro e de Santa Catarina também começaram a implantar o dispositivo nas fardas dos policiais. “As mudanças comportamentais que nós observamos de ambos os lados, foi da mudança de comportamento do policial, que acabou sendo com as palavras mais rebuscadas, mais escolhidas, quanto a sociedade, que também se portava de maneira diferente porque estava sendo gravada pelo policial militar”, conta o comandante-geral da Polícia Militar de Santa Catarina, Dionei Tonet.
Os policiais militares do Rio de Janeiro começam a utilizar a partir de janeiro. Ao todo, foram alugadas 21,5 mil câmeras corporais, ao custo de R$ 296 por unidade. Outros agentes de segurança pública, como bombeiros e policiais civis também usarão o equipamento.
O desafio em Goiás será o projeto ser aprovado pelo plenário da Assembleia Legislativa e ser sancionado pelo governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que já mostrou resistência à ideia. “Tenho de primeiro dar aos meus policiais gastos com condições de armamento, de qualificação para enfrentar bandido com ponto 50, para enfrentar bandido com tecnologia máxima que estão tendo. Os gastos são limitados”, justificou em entrevista no ano passado.