Triplicar, não pode. Dobrar, pode ser. Após prometer vetar o fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões aprovado pelo Congresso na Lei de Diretrizes Orçamentárias, o presidente Jair Bolsonaro negocia uma “conta de chegada” com a base parlamentar. A ideia é reduzir o valor para R$ 4 bilhões, mais que o dobro do valor gasto na eleição geral de 2018, mas abaixo do previsto na LDO.
Para ficar bem com seus eleitores e apoiadores, Bolsonaro disse que vetaria “o excesso de R$ 2 bilhões”, mas não há previsão legal para isso. Ele terá que vetar integralmente o fundo e enviar ao Congresso um novo projeto com o valor desejado.
Enquanto negocia o fundo bilionário, Bolsonaro costura a aliança com o Centrão, que pode tomar rumos não previstos. Tem avaliado nomear o senador Ciro Nogueira (PP-PI) não para a Casa Civil, mas para a Secretaria-Geral da Presidência. A ideia é que, como a Casa Civil coordena atividades de outros ministérios, na secretaria Ciro estaria mais livre para fazer a articulação com o Congresso.
Correndo por fora, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tenta podar o futuro Ministério do Emprego e Previdência, que será entregue ao hoje secretário-geral Onyx Lorenzoni. Sob o argumento de dar à nova pasta uma “estrutura mais enxuta”, ela ficaria sem áreas chave, como a assessoria parlamentar, e sem o polpudo FGTS, do qual Guedes não quer abrir mão.