As lideranças do PSDB goiano garantem que o partido terá candidato a governador na eleição do próximo ano. Na semana passada, aproveitando um encontro com o presidenciável Arthur Virgílio em Goiânia, o ex-governador Marconi Perillo voltou a afirmar que o PSDB não “ficará a reboque” e terá candidatura própria para o governo de Goiás no próximo ano. E deve ter mesmo.
“Não há um canto de Goiás que não tenha recebido no mínimo 15, 20 ações dos nossos governos. Podemos andar de cabeça erguida por todo o Estado. Nós estamos prontos para a comparação, prontos para debater qualquer tipo de assunto com qualquer pessoa da nossa cidade. Um partido que ganhou cinco eleições seguidas em Goiás (1998, 2002, 2006, 2010 e 2014), não vai ficar em segundo plano. Não ficará a reboque de ninguém”, enfatizou Marconi na coletiva de imprensa.
A questão é que hoje só tem um nome no partido com condições de encabeçar uma chapa ao governo estadual para, de fato, tentar a vitória: Marconi Perillo. Mas o ex-governador toparia uma quinta candidatura ao Palácio das Esmeraldas? Ninguém dúvida que, se dependesse apenas da sua vontade, sim. Mas, experiente, Marconi sabe que é preciso reunir condições e hoje as pesquisas eleitorais mostram que o cenário é desfavorável para uma nova candidatura sua a governador.
Convém lembrar das tentativas do ex-governador Iris Rezende (MDB) de voltar ao Palácio das Esmeraldas: depois de eleito e reeleito prefeito de Goiânia (2004 e 2008), se candidatou duas vezes ao governo de Goiás (eleições de 2010 e 2014). Perdeu nas ambas.
Fator Gustavo Mendanha
Caso Marconi não seja candidato ao governo, um sonho tucano seria a filiação do prefeito Gustavo Mendanha (sem partido), de Aparecida de Goiânia. Convite não faltou, mas ele sabe (inclusive com ajuda de pesquisas qualitativas) que uma filiação no PSDB criaria mais obstáculos do que ajudaria a sua possível candidatura no ano que vem.
Portanto, o PSDB deve mesmo lançar um candidato a governador em 2022 que garanta a chapa para Marconi Perillo disputar a eleição ao Senado, o cenário mais provável, ou até mesmo para a Câmara dos Deputados. Caberia ao tucano escolhido para disputar contra o governador Ronaldo Caiado (DEM) fazer forte oposição, o que ajudaria Gustavo Mendanha. Aí, num eventual segundo turno, todos poderiam se juntar. Quem sabe, com Marconi já eleito senador ou deputado federal.
Outra possibilidade é o PSDB desistir de sua candidatura própria (o que não é tão difícil em nome do pragmatismo político) para apoiar Gustavo ao governo de Goiás, em nome de uma ampla aliança da oposição e de garantir uma forte chapa para uma candidatura de Marconi ao Senado.
“Vamos conversar muito daqui para frente (com) todas as forças que fazem oposição ao desgoverno de Goiás. Todo mundo já fez convite ao Gustavo. Mas acho que a tendência é que ele esteja em outro partido, pois nós temos a nossa força e é importante que ele esteja em outros para fazermos uma boa aliança no primeiro ou no segundo turno”, deu a pista Marconi em entrevista na última sexta-feira (01/10).