Tendo como pano de fundo a crise diplomática entre Brasil e Israel, o presidente Lula (PT) recebeu no Palácio do Planalto o secretário de Estado americano, Antony Blinken, que veio ao país para a conferência do G20. Lula já criticou mais de uma vez o governo americano por usar o poder de veto no Conselho de Segurança da ONU para barrar resoluções exigindo o cessar-fogo em Gaza.
O encontro de quase duas horas tratou, além do conflito no Oriente Médio, de assuntos bilaterais, como uma proposta de aceleração de empregos nos dois países.
O porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller, afirmou que Blinken disse a Lula que não concorda com suas recentes declarações. “O secretário teve a chance de discutir os comentários com o presidente Lula e deixou claro que esses são comentários com os quais discordamos.”
Meia culpa
Buscando botar água na fervura com a comunidade judaica, assessores de Lula defendem que ele dê uma declaração explicando que, ao comparar a ação militar israelense em Gaza ao genocídio nazista, estava criticando o governo de Israel, não o povo judeu.
A avaliação é que a resposta diplomática já foi dada de forma enfática, mas que o episódio ganhou uma dimensão interna, inclusive como uso pelo bolsonarismo, que exige a manifestação do presidente.
Crítica à ONU
A abertura da reunião de chanceleres do G20, no Rio de Janeiro, foi marcada nesta quarta-feira (21/2) pela crítica brasileira ao uso da força e à paralisia da ONU frente às guerras na Faixa de Gaza e na Ucrânia. O chefe do Itamaraty propôs que o encontro seja concentrado no debate sobre as guerras e a reforma da governança global.
Segundo ele, o G20 passou a abordar questões de paz e segurança, fora do escopo inicial, por causa da paralisia da ONU e pode contribuir para reduzir tensões.
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