As melhorias do Eixo Anhanguera anunciadas pelo governador Ronaldo Caiado, que começam a se materializar hoje com o início dos testes do primeiro ônibus biarticulado elétrico para a frota, são também uma aposta política para o fortalecimento da imagem do governo na capital, agregando à imagem da gestão um viés de modernidade e sustentabilidade (conceitos que encontram aderência junto ao eleitor goianiense). O projeto da gestão estadual deve ir além da substituição da frota por veículos mais modernos e que não emitem poluentes: prevê a revitalização urbanística da Avenida Anhanguera e a reforma dos terminais e plataformas de embarque.
Com 14 quilômetros de extensão, a Anhanguera é a principal via que corta Goiânia e que liga a capital a outros municípios, como Senador Canedo e Trindade, passando por bairros de grande fluxo de pessoas, como Campinas, Centro e Setor Universitário. Os ônibus do Eixão carregam cerca de 150 mil pessoas diariamente. É, portanto, a grande vitrine do transporte público da Região Metropolitana (para o bem e para o mal).
Tradicionalmente, os governos estaduais têm mais dificuldade de conquistar uma avaliação positiva da população de Goiânia. Soma-se a isto o fato de que o principal adversário de Caiado nas eleições deste ano deve ser o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), que tem, naturalmente, sua base eleitoral na Região Metropolitana.
A maior parte da atual frota do Eixo Anhanguera foi adquira em 2011 e uma parcela em 2014. Devido às condições precárias da via e da circulação intensa, são veículos que hoje operam no limite da vida útil. O resultado é que grande parte da frota está sempre em manutenção.
Nos primeiros meses os veículos elétricos vão rodar em fase de testes. Somente a partir de junho começará o processo de substituição da frota, que deve durar oito meses. Serão 106 ônibus elétricos, que vão substituir os atuais 86 que atualmente operam na linha.
O novo modelo de veículo, além de poluir muito pouco e emitir menos ruído, conta com wifi, sistema de ar condicionado, tomadas USB, dentre outras comodidades. A iniciativa é implementada pelo Governo do Estado, por meio da Metrobus, em parceria intermediada pela Secretaria-Geral da Governadoria (SGG), com o consórcio formado pelas empresas Enel X, Marcopolo e Consórcio HP-ITA (Urbi Mobilidade Urbana).
O governo do Estado conseguiu aprovar no final do ano passado, na Assembleia Legislativa, projeto de lei que reformula o sistema de transporte coletivo da Região Metropolitana de Goiânia. Entre as alterações, a possibilidade de implantar tarifas diferenciadas, além de estabelecer uma fórmula de subsídio do setor público para segurar reajustes no valor das passagens. O projeto também permite transferir a gestão do Eixo para a Prefeitura de Goiânia, que pretende passar a operação para a iniciativa privada. O município já manifestou que tem interesse de instituir um modelo Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) no Eixão.