O aguardado relatório do Ministério da Defesa sobre as eleições, divulgado nesta quarta-feira (9/11), confirmou o que outros organismos de fiscalização já haviam atestado: não houve irregularidade no pleito de 2022. “Conclui-se que a verificação da correção da contabilização dos votos, por meio da comparação dos Boletins de Urnas (BUs) impressos com dados disponibilizados pelo TSE, ocorreu sem apresentar inconformidade”, diz o documento.
Os militares, porém, apontaram “riscos hipotéticos” diante de situações como a conexão de urnas eletrônicas a redes. No documento, os encarregados pela fiscalização indicaram o que consideram ser inconsistências, citaram possíveis vulnerabilidades e fizeram sugestões para futuros pleitos. Disseram também, de forma oblíqua, que não receberam total abertura do TSE para a implantação de mudanças práticas.
Tão logo recebeu o relatório, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, divulgou uma nota comemorando as conclusões e dizendo as sugestões para “aperfeiçoamento do sistema” seriam analisadas oportunamente.
Quem não ficou nem um pouco feliz foi a militância bolsonarista, que esperava do relatório algum sinal para contestar a legitimidade das eleições. Manifestantes protestaram na página do Ministério da Defesa. Desde sexta-feira (5/11), a narrativa em torno do relatório vinha sendo usada como forma de segurar os manifestantes nas ruas pelos organizadores e estimuladores dos protestos que pedem intervenção militar para impedir a posse do presidente eleito Lula (PT).
Reação de Lula
O presidente eleito Lula disse ontem que respeita as instituições. Segundo ele, “foram atacadas em uma linguagem nem sempre recomendada”. O petista se refere aos atritos do governo de Jair Bolsonaro (PL), que termina no fim deste ano. “Vim aqui para dizer do nosso respeito pelas instituições. Não há tempo para vingança, não há tempo para raiva, não há tempo para ódio. Esse país vai voltar à normalidade”, afirmou.
“A urna eletrônica ‘uma conquista do povo brasileiro. Eu acho que muitos países invejam o Brasil pela lisura do processo, um processo que termina as eleições às 17h e antes das 20h todo mundo já sabe quem foi eleito deputado, quem foi eleito presidente”, disse Lula.
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