A relação do prefeito Roberto Naves (PP) com os médicos que trabalham para o município de Anápolis desandou de vez hoje, com o início da greve dos profissionais. O prefeito foi para o enfrentamento e prometeu judicializar o movimento, buscando que seja considerado ilegal pela Justiça, e disse que vai romper contrato com os credenciados e fazer o chamamento de novos profissionais.
“No que diz respeito aos credenciados, eles não podem deixar de trabalhar. Se eles fizerem isso, serão notificados, vou romper o contrato e já contratar quem quer prestar o serviço”, declarou Roberto ao Portal 6. Em suas redes sociais, o prefeito disse que o movimento “é inconcebível, irresponsável e totalmente fora de contexto”. Ele também defende a tese de que a paralisação deve-se à implantação de ponto eletrônico nas unidades básicas de saúde e mudanças no agendamento de consultas, para torná-lo mais ágil.
Este posicionamento da prefeitura provocou mais reações dos profissionais, que acusam o prefeito de criar uma “cortina de fumaça” para não debater as reais demandas da categoria. O Sindicato dos Médicos de Anápolis emitiu hoje nota de repúdio alegando que a entidade busca desde 2019 reuniões com a prefeitura para discutir condições de trabalho, mas nunca foi atendida. Afirma também que os médicos do município estão com salários defasados e sem a estrutura necessária para trabalhar e acusa a prefeitura de transferir parte da sua demanda para a rede estadual de saúde. “É muito cômodo para o Município deixar sua equipe de cirurgia desfalcada, transferindo o problema para o Estado resolver”, critica a nota assinada pelo presidente do SIMEA, Márcio Henrique de Paiva.