Os temas de saúde e economia (desemprego e renda) devem ter grande peso no debate eleitoral neste ano em Goiás, especialmente nas campanhas para o governo do Estado. É que, atualmente, são as maiores preocupações dos eleitores goianos, segundo pesquisa do instituto Serpes encomendada pela Associação Comercial e Industrial do Estado de Goiás (Acieg). Foi realizada entre os dias 21 e 24 deste mês, ouvindo 801 eleitores goianos.
Ao perguntar qual é a maior preocupação para este ano que se inicia, 40,8% dos eleitores responderam que é a saúde e a Covid-19. É praticamente o mesmo porcentual entre todas as faixas etárias e nível de instrução dos eleitores em Goiás. Entretanto, preocupa mais as mulheres (45,1%) do que os homens (36,2%). Claro, o aumento neste mês das infecções com a nova onda da pandemia explica boa parte desta preocupação dos goianos. Somente ontem, foram registrados 6,6 mil novos casos de pessoas com Covid-19 no Estado, além de 34 novas mortes.
A segunda maior preocupação dos goianos tem a ver com a economia: 16,1% responderam que estão preocupados com o aumento do desemprego e a perda do poder de renda; e 13,7% com o aumento dos preços e da inflação. Somente o IPCA em Goiânia, a inflação oficial do País, fechou o ano passado acumulada em 10,3% (leia mais aqui). Também 5,4% dos eleitores goianos responderam que estão preocupados com o crescimento econômico do País, que neste ano, segundo projeções do mercado, dificilmente passará de 1%.
Além disso, outros 5,4% dos goianos responderam que a fome e a miséria são suas maiores preocupações em 2022, o que também são efeitos do baixo crescimento econômico e perda do poder de renda da população. Somando estes três itens, a economia como um todo é alvo de preocupação para 40,8% dos que responderam a pesquisa Serpes/Acieg, o mesmo porcentual dos que citaram a saúde e a pandemia da Covid-19.
A corrupção, que foi um dos temas que mais gerou debate nas campanhas de 2018, tanto para a presidência da República como para o governo estadual, é apontada como principal motivo de preocupação por 8,7% dos eleitores goianos. Depois aparecem a segurança pública/criminalidade (4,5%) e a educação (4%).
Outro dado importante da pesquisa que mostra que a maioria dos goianos não ficou satisfeita com o ano passado é que 30,7% afirmaram que sua vida piorou pouco (17,7%) ou muito (13%) em 2021, contra 24,7% que afirmaram que ela melhorou pouco (16,7%) ou muito (8%). A maioria, aliás, disse que ficou na mesma (41,8%), o que demonstra também insatisfação.
Mas os goianos demonstram maior otimismo para este ano. Segundo a pesquisa, 60,8% acreditam que a sua vida vai melhor um pouco (27,5%) ou muito (33,3%) neste ano. Apenas 11,7% afirmaram que deve piorar um pouco (7,2%) ou muito (4,5%) e 22,8% acreditam que continuará na mesma. Segundo os pesquisadores, é um indicativo de que os goianos acreditam que a maior vacinação contra a Covid-19 vai reduzir significativamente os efeitos da pandemia em suas vidas, além de que há sempre um otimismo com possíveis mudanças que o resultado das eleições pode causar em suas vidas