A expectativa para esta semana é saber se haverá mesmo paralisação nacional dos caminhoneiros, marcada para começar amanhã ou na segunda-feira, em protesto contra a escalada no preço do diesel e pelo cumprimento da tabela mínima do frete. A categoria segue dividida a respeito e o governo de Jair Bolsonaro aposta que o segmento já ameaçou entrar de greve várias vezes nos últimos dois anos, mas não encontrou respaldo para mobilizar a categoria. Pelo menos, não para uma paralisação em larga escala, como a realizada em maio e junho de 2018.
O Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas afirma que a greve nacional pode ter adesão de 20 mil motoristas. Tem ainda o apoio da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística, do Movimento GBN (Galera da Boleia da Normatização Pró-Caminhoneiro) e de caminhoneiros autônomos de Goiás, Espírito Santo, Ceará e Rio Grande do Sul.
A possibilidade maior, segundo representantes dos caminhoneiros, é de haver protestos, mas sem uma paralisação geral ou bloqueio e das principais rodovias do País, como ocorreram em 2018 e praticamente engessou a economia brasileira por quase 60 dias.
O governo Bolsonaro aposta que devem ocorrer protestos localizados, mas sem uma paralisação nacional que afetaria a economia. Conta ainda com o apoio de entidades como a Associação Brasileira dos Caminhoneiros, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos e Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores, que lideraram a greve geral de 2018.
Entretanto, estas entidades também já mandaram recado para o governo: embora apoiem politicamente o presidente Bolsonaro, esperam maior retribuição e que as promessas já feitas sejam, de fato, cumpridas. Do contrário, não descartam uma paralisação nacional no futuro. Para evitar este cenário, ainda mais em véspera de eleição, o governo Bolsonaro tem preparado um pacote de medidas para a categoria.