O goiano Vanderlan Cardoso (PSD) está entre os seis senadores cotados para relatar a reforma tributária, que foi aprovada na semana passada pela Câmara dos Deputados e agora chega ao Senado. Os demais cotados são Eduardo Braga (MDB-AM), Otto Alencar (PSD-BA), Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), Efraim Filho, Líder do União Brasil, e Jaques Wagner (PT-BA).
Líder da maior bancada partidária do Senado, Otto disse que a reforma tributária precisa preservar os interesses do que ele chamou de estados “em desenvolvimento”. Ele conversou com senadores do Centro-Oeste, que também defendem apoiar outras regiões, como Nordeste e Norte do país, “sem prejudicar os estados do Sudeste”, declarou.
Depois de uma ofensiva de governadores do Sul e Sudeste, a Câmara dos Deputados aprovou o texto-base da reforma com os estados mais populosos tendo mais peso no Conselho Federativo, que será responsável pela gestão dos IBS, tributo que unificará impostos estaduais e municipais. “A força do Sudeste será bem maior dentro desse Conselho Federativo, quando deveria ser paritária”, declarou Otto Alencar.
A reforma também inflamou a disputa entre Nordeste e Sudeste em torno da divisão de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FNDR), que será criado para diminuir as disparidades regionais.
Bolsonaristas
A exemplo do que aconteceu na Câmara dos Deputados, a direita no Senado está rachada em relação à reforma tributária. Mesmo defendendo alterações no texto, senadores como Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e Rogério Marinho (PL-RN) já se manifestaram pela aprovação da reforma. Com isso, a oposição intransigente à proposta deve ficar a cargo de parlamentares ligados ao bolsonarismo radical, como a ex-ministra Damares Alves (Republicanos-DF).
Outro ex-ministro de Bolsonaro, Sérgio Moro (UB-PR), está em cima do muro. Diz que vai definir seu apoio após tentar mudar o texto, mas defendeu o voto favorável na Câmara de sua mulher, Rosângela Moro (UB-PR). Entre os deputados, a divisão sobre a reforma vem deixando sequelas. Ontem, parlamentares do PL, que deram 20 votos à proposta aprovada, trocaram mensagens agressivas no grupo de WhatsApp da legenda.
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