O senador Luiz do Carmo anunciou ontem nas redes sociais a sua desfiliação do MDB. Era esperado. O que chamou a atenção é que praticamente ao mesmo tempo abriu diálogo com o prefeito Gustavo Mendanha (sem partido) e com o ex-governador Marconi Perillo (PSDB), pré-candidatos pela oposição ao governo de Goiás. “Despeço-me oficialmente do MDB com muito pesar, único partido ao qual fui filiado até então. Por circunstâncias políticas e para encontrar o meu caminho precisei sair dessa casa que me acolheu tão bem. Fica o sentimento de respeito e gratidão a todos os emedebistas”, postou o senador, que fez questão de frisar que filiou no MDB a convite de Iris Rezende.
Isto mostra o descontentamento do senador com o grupo político do governador Ronaldo Caiado (DEM), especialmente com o presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, que neste ano será candidato a vice-governador na chapa caiadista. Não que Luiz do Carmo, que chegou ao Senado com a renúncia de Caiado para assumir o governo de Goiás, tenha problemas com o governador. Mas, principalmente, porque não encontra nenhuma brecha para ser candidato a senador na chapa governista. “Estou firme na minha pré-candidatura para o Senado”, frisou.
Na 50ª Assembleia Geral Ordinária da Convenção das Assembleias de Deus de Goiás, Luiz do Carmo defendeu que a igreja trabalhe pela reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) e disse que Gustavo Mendanha “será o primeiro governador evangélico de Goiás”. Na verdade, foi Iris Rezende. Mas, mesmo do lado de Gustavo ou de Marconi, o atual senador terá dificuldades. A pesquisa Serpes/Acieg aponta que ele tem apenas 1% das intenções de votos. É muito pouco para viabilizar uma candidatura majoritária.