O ministro Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura) é um dos nomes mais fortes no governo de Jair Bolsonaro. Além de ser um dos que mais entregam resultados, está entre os que menos entram em polêmicas políticas. Com 46 anos de idade, tem larga experiência no setor público, sendo que há mais de dez anos tem ocupado cargos importantes nos governos de Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB) e agora no do presidente Bolsonaro. Com esse currículo, o carioca Tarcísio de Freitas pretende iniciar outra carreira: na política. O projeto é se candidatar a senador em 2022. Detalhe: se possível, por Goiás.
Formado pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), bacharel em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras e capitão do Exército, Tarcísio de Freitas iniciou a sua carreira no setor público na Controladoria-Geral da União (CGU) e, em 2011, acompanhou o general Jorge Fraxe para o DNIT. A então presidente Dilma Rousseff (PT) queria fazer uma faxina no órgão federal e convocou um general para a tarefa. Em 2014, Fraxe pediu exoneração do cargo de diretor-geral do DNIT, que passou a ser ocupado por Tarcísio. No governo de Michel Temer, ele foi para a Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que ficava no Palácio do Planalto.
Quando Bolsonaro, ainda em dezembro de 2018, pediu uma prévia do que receberia no governo, Tarcísio de Freitas (que estava na equipe de transição) foi além e apresentou um pacote de concessões que estavam prontos para deslanchar. Impressionou o presidente eleito com discurso de liberal e recebeu o convite para comandar o futuro Ministério da Infraestrutura. Com o sinal verde de Bolsonaro, Tarcísio passou a implementar o pacote de obras e de concessões, que já somam mais de R$ 100 bilhões em investimentos desde 2019. Até o próximo ano, o total pode chegar a R$ 260 bilhões.
Carreira política
Agora, Tarcísio de Freitas avalia que tem potencial para ser eleito senador em 2022. Curiosamente, não pelos conterrâneos do Rio de Janeiro, mas por eleitores do Mato Grosso ou de Goiás. Motivo: acredita que terá maior chance em qualquer um dos dois Estados, onde o agronegócio é forte e a maioria do eleitorado apoia o presidente Bolsonaro. Nas últimas semanas, Tarcísio de Freitas tem demonstrado maior interesse por por Goiás. As suas agendas se intensificaram no Estado, quase sempre acompanhadas pelo governador Ronaldo Caiado (DEM).
Tarcísio terá, primeiro, de decidir em qual partido vai filiar. Provavelmente, deverá escolher a mesma legenda que o presidente Bolsonaro vai filiar. Pelo menos, é o que tem dito para políticos goianos que costumam o acompanhar o ministro. É também onde começam as dificuldades para o carioca para estar na chapa de Ronaldo Caiado, como gostaria. O governador goiano não deve subir no mesmo palanque de Bolsonaro no primeiro turno de 2022 (como também não fez em 2018), ainda mais se confirmar a fusão entre o DEM e PSL (leia mais sobre isso aqui).
A segunda dificuldade é que há uma fila de políticos de olho na única vaga de senador na chapa de Caiado. Para citar alguns: Henrique Meirelles (PSD), João Campos (Republicanos), Alexandre Baldy (PP), Delegado Waldir (PSL), Zacharias Call (DEM), Luiz do Carmo (MDB) e Wilder Morais (PSC). A terceira dificuldade para Tarcísio será convencer os eleitores goianos de que, mesmo não tendo nenhuma ligação com Goiás, dedicará todos os seus esforços (e emendas) para o Estado, caso eleito para um mandato de oito anos no Senado.
O ministro tem tentado imprimir esta imagem: sempre que a sua agenda permite, está em pré-campanha em Goiás, divulgando as obras federais que têm realizado no Estado.
