A recente descoberta de minerais em Nova Roma confirma que a mineração em Goiás vive um ciclo de crescimento. O Estado já é o terceiro maior produtor do Brasil, atrás apenas do Pará e de Minas Gerais. Em Nova Roma, foram encontradas “terras raras”, compostas por minerais muito úteis em tecnologia de ponta. A mina descoberta no município recebeu nos últimos meses mais de R$ 1 bilhão em investimentos.
Em outubro deste ano, as prefeituras de 96 municípios goianos receberam, ao todo, R$ 8,8 milhões referentes à cota-parte da CFEM (Compensação Financeira pela Exploração Mineral). Conhecida como “o royalty da mineração”, a CFEM é uma contrapartida em dinheiro, descontada das empresas mineradoras e repassada aos estados e municípios que produzem minérios ou que são afetados pela atividade.
As cidades de Goiás mais beneficiadas pela CFEM foram Alto Horizonte, Barro Alto e Catalão (veja a lista e os valores ao final desta reportagem). No entanto, outros municípios ainda desconhecidos no “ranking” da mineração em Goiás devem receber grande destaque a partir de 2024, devido às recentes descobertas de jazidas preciosas.
“Goiás vai poder ter um desenvolvimento melhor, dando empregos numa cadeia sustentável”, afirma o secretário estadual da Indústria e Comércio, Joel Sant´Anna Braga Filho. Ele destaca o potencial mineral das recentes descobertas no Estado. “Vai poder ser desenvolvida uma outra tecnologia, com esse minério que foi descoberto. Com isso, Goiás, além da mineração do ouro, do níquel do Nióbio, agora ainda tem essa grande oportunidade com as terras raras”, frisa.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, afirma que a área da mineração é uma das prioridades da entidade. “Temos avançado em legislações ambientais, que ajudamos a construir, inclusive com recursos, pareceres e tudo, para ajudar o estado a construir uma legislação ambiental, para facilitar os licenciamentos”, diz. “Assim como tem acontecido, inclusive agora vai instalar um [projeto] de terras raras, que é um mineral da transição energética, e isso daí é muito interessante para o investimento”, frisa.
CFEM aos 10 maiores municípios mineradores (outubro/22)
- ALTO HORIZONTE: R$ 1.684.530,63
- BARRO ALTO: R$ 1.341.921,43
- CATALÃO: R$ 1.039.440,91
- OUVIDOR: R$ 913.600,64
- MINAÇU: R$ 662.573,64
- VILA PROPÍCIO: R$ 557.439,28
- CRIXÁS: R$ 536.698,87
- INDIARA: R$ 434.209,21
- GOIÁS: R$ 185.326,44
- PLANALTINA: R$ 117.131,00
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