O União Brasil ambiciona liderar a direita brasileira para as eleições de 2026, mas com viés diferente da frente liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Principalmente, na parte ideológica. A meta é reaproximar de partidos mais do Centro, como o PSDB e PP. Principalmente com os tucanos, que não andaram de mãos dadas com os bolsonaristas nas eleições presidenciais.
O UB é o terceiro que mais recebe recursos do fundo partidário. De janeiro a setembro, a legenda obteve R$ 71 milhões, atrás apenas do PL (R$ 100 milhões) e do PT (R$ 83 milhões).
O primeiro movimento do UB é dentro de casa. No final de fevereiro será consumada a antecipação da troca do comando do partido.Sai o atual presidente Luciano Bivar, que validou a entrada de membros do partido no governo Lula, com três ministérios (Juscelino Filho, nas Comunicações; Celso Sabino, no Turismo, e Waldez Góes, na Integração e Desenvolvimento Regional). E deve entrar o advogado e vice-presidente do partido Antonio Rueda.
O novo presidente terá um mandato até 2028 e tem laços mais fortes com o grupo do antigo Democratas. Vai assumirá com o projeto de delinear estratégias, estimular novas filiações e organizar o UB para as eleições municipais de prefeitos e vereadores em outubro.
Cúpula
A estratégia tem sido liderada pelo governador Ronaldo Caiado, o deputado federal Mendonça Filho (PE) e o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto. “Somos um grupo liberal, com algumas ideias conservadoras, mas não como o bolsonarismo”, definiu Mendonça Filho ao jornal Estado de S.Paulo.
São ideias e propostas para serem defendidas por esse grupo ideológico que ficou à margem da política nacional com a polarização registrada nos últimos anos entre PT e o bolsonarismo. Passam por questões como segurança, um tema que o governador Caiado trata com extrema atenção e sobre o qual costuma apontar falhas na política nacional.
Entretanto, lideranças do UB sabem que Jair Bolsonaro, mesmo sem poder disputar a eleição, deverá ser o maior eleitor da direita em 2026, num provável embate com o presidente Lula (PT). Por isso, mantém aproximação com o ex-presidente.
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