O ex-governador José Eliton, pré-candidato ao governo de Goiás pelo PSB, tem se empenhado nas últimas semanas em convencer as lideranças dos partidos da esquerda a lançarem única chapa para as eleições deste ano no Estado. Tendo como o petista Lula pré-candidato a presidente de todos.
As conversas estão mais avançadas com PT, PC do B e PV, embora não conclusivas. E avançaram quase nada com outros partidos da extrema esquerda, como PSOL, PCB, PSTU, PCO e Rede. Isto porque as lideranças destas legendas veem Eliton como tucano e mais ligado à direita.
Convém lembrar que o ex-governador deixou em abril o PSDB, onde militou por oito anos, para filiar no PSB. Antes de ser tucano, foi do PFL, que depois virou DEM e hoje é União Brasil. Partido do governador Ronaldo Caiado.
O PSB e José Eliton gostariam de uma posição (sobre sua pré-candidato ao governo) até 15 de maio, antes do evento previsto com o ex-governador paulista Geraldo Alckmin, dia 20 em Goiânia, pré-candidato a vice-presidente na chapa de Lula. Dificilmente vão conseguir.
Tempo do PT
O PT já deixou claro que vai tomar a sua decisão no seu tempo. E mantém a pré-candidatura do ex-reitor da PUC-GO, Wolmir Amado, ao governo estadual. Não há muita resistência na cúpula petista goiana a José Eliton, até porque ele parece ser o nome da dobradinha Lula-Alckmin para Goiás.
“Atendo ao chamamento de Geraldo Alckmin e de Lula para caminharmos nesta boa luta de reconstrução do Estado e para contribuirmos para a reconstrução de Goiás e do País”, postou nesta semana Eliton nas redes sociais.
Mas as lideranças petistas precisam convencer a militância do partido no Estado. Presidente do PT em Goiás, Kátia Maria não demonstrou ainda entusiasmo com a aliança. Principalmente porque os petistas teriam de ceder a cabeça de chapa. Entretanto, sabe que a prioridade é garantir palanque para Lula em Goiás.
“Apesar das divergências e diferenças, temos de caminhar juntos, como Lula está fazendo em nível nacional. Devemos ter maturidade para entender o momento e a importância de um palanque mais amplo”, disse.
Outros partidos
O PCdoB já até indicou a ex-deputada estadual Denise Carvalho como pré-candidata ao Senado pela chapa da esquerda. O presidente do PV goiano, Cristiano Cunha, disse que se o nome de Eliton for consenso na aliança com PT, não vê dificuldade de apoiar.
Já os partidos mais de esquerda bateram o pé. As cúpulas do PSOL e Rede anunciaram que não vão apoiar o ex-tucano.
Esta aliança mais ampla da esquerda é essencial para ter alguma perspectiva real na eleição estadual.
Tradicionalmente, os candidatos do PT nas eleições ao governo de Goiás têm em média 10% dos votos válidos. É insuficiente para sequer sonhar em estar num segundo turno.
Em 2018, quanto tentou se reeleger governador pelo PSDB, José Eliton teve 13,7% dos votos válidos e ficou em terceiro lugar. Atrás de Ronaldo Caiado e de Daniel Vilela (MDB), que na eleição deste ano estarão juntos na mesma chapa.