O secretário de Cultura de Goiânia, Uugton Batista, busca agora busca desatrelar a sua imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), depois de se tornar alvo de lideranças do segmento cultural da capital. Numa postura bem diferente da que adotou durante a campanha eleitoral do ano passado, em que fazia questão de se apresentar como uma pessoa muito próxima da família Bolsonaro e de músicos sertanejos goianos.
A sua nomeação para a Secretaria de Cultura de Goiânia, realizada pelo prefeito Sandro Mabel (União), tem gerado críticas e insatisfação no meio cultural. Que, como se sabe, tem uma linha ideológica mais de esquerda. Lideranças do segmento lembram, inclusive, que o governo de Jair Bolsonaro reduziu consideravelmente o orçamento do Ministério da Cultura em seus quatro anos (2019-2022).
Além disso, por sempre se posicionar como um empresário do ramo musical sertanejo, lideranças do setor avaliam que existe um risco de outras expressões culturais importantes não receberem a mesma atenção da nova administração na Prefeitura de Goiânia.
Defesa
Uugton tem buscado se defender. Primeiro, tem dito em entrevistas que a sua gestão na Secretaria da Cultura vai atender todas as expressões artísticas da capital, e não apenas o meio sertanejo. Das acusações que tem recebido, admite que uma é verdadeira, a de porte de armas, mas que já teria sido condenado e cumprido a pena. Sobre acusações feitas por sua ex-mulher, inclusive de assédio sexual, afirma que são mentirosas e motivadas por disputa de bens.
E agora busca também demonstrar que não seria um bolsonarista radical, embora enfatize que é seu apoiador, e que sua imagem inclusive estaria mais atrelada ao do ex-prefeito Iris Rezende. “Muitos me associam a Bolsonaro, mas meu CPF é um e o dele, outro. Eu fui forjado por Íris Rezende e não concordo com tudo que Bolsonaro fez ou faz. Eu apenas o apoiei”, disse ao Correio Braziliense.