O senador Vanderlan Cardoso (PSD) afirmou em entrevista ao programa Papo de Garagem, na noite desta segunda-feira (27/11), que o governador Ronaldo Caiado (UB) não cumpriu um acordo que eles teriam acertado em 2020. O que causou o distanciamento entre ambos na eleição de 2022. Sua afirmação foi para se defender de críticas de alguns políticos, que segundo ele é injusta, de que não cumpre acordos.
Ele citou alguns exemplos de rompimentos que, segundo frisou, a culpa não teria sido sua. Um exemplo foi com o prefeito de Senador Canedo, Fernando Pelozzo, que trocou o PSD pelo União Brasil a convite do governador Ronaldo Caiado. “Ficou muito feio para mim, como presidente estadual do partido e na cidade que me projetou na política. Como vou justificar para o pessoal do PSD?”, questionou. O senador não vai apoiar a reeleição do prefeito na cidade.
Mas, Vanderlan enfatizou mesmo foi o acordo com que teria feito com Ronaldo Caiado em 2020, quando foi procurado pelo grupo do governador para ser candidato a prefeito de Goiânia. “Eu fui procurado para ser candidato em 2020, esse não era meu projeto, mas sim o de 2022. Aceitei o convite (do governador) para disputar a Prefeitura de Goiânia em cima de um compromisso”, enfatizou.
O compromisso, segundo Vanderlan, era a eleição de 2022. Mas, naquele ano, Ronaldo Caiado decidiu que Daniel Vilela, presidente estadual do MDB, seria o seu vice na chapa (eleita depois). “Em 2020, os nossos adversários eram do MDB. O que aconteceu? O governador tomou a decisão de fechar com Daniel Vilela como seu vice em 2022. Ponto. Quem traiu não fui eu. Foi ele quem procurou os nossos adversários para se aliar. Faltou diálogo. O compromisso que a gente tinha não fui eu quem desfiz. Foi ele”, enfatizou o senador.
Goiânia 2024
Sobre a sua pré-candidatura para prefeito de Goiânia, Vanderlan Cardoso falou no programa que vai bater o martelo somente em fevereiro ou março. “Quando fui candidato em Senador Canedo eu tinha 41 anos de idade. Foi muito intenso. Não havia barreira, a gente passava por tudo. Em Goiânia a situação é muito séria. Não pode ser por vaidade. É para fazer a diferença, como fizemos em Senador Canedo. Por isso quero tomar uma decisão madura, pensada”, frisou.
Questionado se ele disputaria a eleição na capital sem uma ampla aliança, Vanderlan afirmou que o político que tem grupo é aquele que possui estrutura para oferecer aos aliados. “Quem faz grupo político sem estrutura? Qual era o grupo de Ronaldo Caiado antes dele ser governador? Vejam o que virou Marconi Perillo (PSDB), com quatro mandatos de governador nas costas, depois das derrotas eleitorais?”, enfatizou.
Aliás, o senador fez vários elogios ao ex-governador, adversário de Ronaldo Caiado em Goiás. “Ele vai assumir a presidência nacional do PSDB e, do jeito que trabalha, vai voltar a fazer grupo político. Pode, inclusive, voltar a ser governador em Goiás. A pessoa com quatro mandatos no governo estadual não pode ser desprezada. Tem legado para mostrar. Eu tenho conversado muito com ele”, disse.
Vanderlan afirmou ainda que com Marconi no comando nacional do PSDB trará maior equilíbrio político em Goiás. “A presidência nacional do partido dá voz, dá estrutura, ele vai participar de decisões em todo o País. Claro, isso causará impacto em Goiás. Temos de tirar o chapéu para Marconi, que sabe ressurgir das cinzas. É trabalhador. Então, com certeza, haverá mais equilíbrio”, disse. Embora negou que esteja falando de alianças com o tucano para 2024.
A entrevista completa do senador ao programa Papo de Garagem pode ser vista aqui.
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