As vendas da Black Friday no e-commerce do Brasil registraram crescimento de 5% em relação a 2020, totalizando R$ 4,2 bilhões. O número de pedidos, no entanto, caiu para 5,6 milhões, recuo de 9% na comparação com o ano anterior, de acordo com dados preliminares da NielsenIQ|Ebit. A alta nas vendas deste ano representa uma desaceleração quando consideram-se valores reais, atualizados pela inflação. Em termos nominais, se os números forem confirmados, a movimentação de 2021 será a maior desde que a data foi incorporada ao calendário nacional, em 2010.
Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a Black Friday em 2021 deve movimentar R$ 3,93 bilhões. O faturamento deve cair 6,5% quando considerados os valores corrigidos pela inflação. Se confirmados os números, será o 1º recuou desde 2016. Os segmentos de móveis e eletrodomésticos (R$ 1,105 bilhão) e de eletroeletrônicos e utilidades domésticas (R$ 906,57 milhões) deverão responder por mais da metade (51,2%) da movimentação financeira prevista. Tendem a se destacar ainda os ramos de hiper e supermercados (R$ 779,09 milhões) e de vestuário, calçados e acessórios (R$ 693,12 milhões).
O ritmo atual da inflação anualizada – em +10,67% segundo o IPCA acumulado nos 12 meses encerrados em outubro – se constitui em um obstáculo à expansão do volume de vendas, mesmo em um contexto de aceleração do consumo digital após a pandemia de Covid-19. Até o início da crise sanitária, o e-commerce brasileiro crescia a uma taxa anual média de 14,1% – ritmo que saltou para 46,2%, de acordo com levantamento baseado nas emissões de notas fiscais eletrônicas computadas pela Receita Federal do Brasil.