A relação dos vereadores de Goiânia com o secretário municipal de Governo, Arthur Bernardes, está se deteriorando rapidamente. Ontem o vice-líder do prefeito na Câmara, Anselmo Pereira (MDB), reclamou que vereadores não foram convidados para participar da sanção do projeto que institui nova edição do Refis em Goiânia, que o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) chamou de “histórica”. Não é a primeira insatisfação manifestada publicamente na Câmara e ela conta com o respaldo de outros vereadores da base do prefeito.
Considerado uma espécie de primeiro-ministro do Paço Municipal, Bernardes veio de Brasília em abril para assumir a função com a missão de fortalecer os vínculos do Executivo com o Legislativo. Afirmou na ocasião que a gestão seria compartilhada com os vereadores e abriu diversos espaços relevantes na gestão para indicações políticas.
Como a quantidade de cargos é sempre menor que a voracidade dos vereadores em ocupar espaços políticos, logo começaram as insatisfações, mas inicialmente veladas. Os membros da Câmara reclamam também da dificuldade de despachar com o secretário, que acumulou muitas atribuições políticas e administrativas e, por isto, se tornou uma figura inescapável para quem precisa de dar andamento a algum pedido dentro da Prefeitura.
Em entrevista ao Jornal Opção em junho, Arthur Bernardes foi confrontado com essas queixas. Disse que elas não procediam e que sua relação com os vereadores era muito boa. “Trato todos de forma educada e elegante. Todos os parlamentares”, justificou. A questão é que para os vereadores, vale muito mais ter seus pedidos atendidos pela gestão do que serem tratados com educação.