A prestação de contas do prefeito Sandro Mabel (União Brasil) nesta quinta-feira (29/5) na Câmara de Goiânia foi considerada, pelos auxiliares e vereadores aliados, tranquila. Entretanto, alguns parlamentares fizeram cobranças e críticas. Inclusive, alguns que apoiaram Mabel na campanha eleitoral do ano passado.
Um deles é o vereador Lucas Vergílio (MDB), que hoje está mais para ex-aliado, devido às suas constantes críticas sobre a gestão de Mabel. Na prestação de contas, o parlamentar fez vários questionamentos sobre as despesas e a falta de investimentos.
Vergílio afirmou que o superávit nas contas públicas apresentado pelo prefeito foi “insuflado e artificial”, uma vez que a gestão destinou recursos para a educação e o social abaixo do mínimo constitucional. “A não execução de despesas na educação e na assistência social é um ajuste fiscal à custa da população. Não há obras e não se gasta com serviços essenciais”, criticou.
Data-base
“A Prefeitura vai insistir na prorrogação (calamidade) para continuar furando a ordem cronológica do pagamento da dívida? Para fazer contratação sem os critérios da Lei de Responsabilidade Fiscal e da Lei de Licitações? Insistir nessa narrativa mesmo com superávit?”, questionou a vereadora Kátia Maria (PT).
Kátia também perguntou sobre o aditivo de pagamento para a LimpaGyn, sob justificativa de que a empresa precisaria pagar data-base aos seus funcionários. “Isso é prevaricação, já que os servidores municipais também estão com a data-base atrasada e sem previsão de quando será paga”, disse.
Shows
A vereadora Aava Santiago (PSDB) contestou a prorrogação do decreto de calamidade financeira desejada por Mabel, para “justificar a falta de serviços públicos”, enquanto recursos na ordem de R$ 8 milhões foram gastos para pagamento de cachês em shows da Pecuária.
“O show do Wesley Safadão pagaria 330 partos na Maternidade Célia Câmara. E o show de George Henrique e Rodrigo pagaria um ano de aluguel do prédio do Cmei Orlando Alves, cujas mães estão protestando pelo fechamento daquela unidade”, denunciou.
Mabel defendeu a prorrogação do decreto, em razão da dívida de R$ 4 bilhões herdada da gestão anterior. E disse que os shows da Pecuária representaram “benefício de sua gestão à população pobre de Goiânia”, que teve acesso gratuito ao evento.
Logo recebeu declarações de apoio e elogios pela sua gestão dos vereadores aliados, como Bruno Diniz (MDB), Igor Franco (MDB), Tião Peixoto (PSDB), Thialu Guiotti (Avante), Rose Cruvinel (União Brasil), Pedro Azulão Jr. (MDB) e Anselmo Pereira (MDB).