O então senador Ronaldo Caiado (DEM na época), pré-candidato ao governo de Goiás, aparecia em junho de 2018 com 44% das intenções de votos no levantamento realizado pelo instituto Paraná Pesquisas. É um porcentual maior que o governador, pré-candidato a reeleição neste ano, teve na semana passada em pesquisa realizada pelo mesmo instituto.
Uma outra diferença também importante é que a sua vantagem sobre os demais pré-candidatos também era maior em junho de 2018. Havia um empate, há quatro anos, pelo segundo lugar, considerando o levantamento do mesmo instituto. O então governador José Eliton (PSDB na época) tinha 10,4%. O presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, 10,3%. A pré-candidata Kátia Maria (PT) aparecia com 5%.
Portanto, em meados de 2018, a pesquisa já apontava para uma clara possibilidade de eleição de Caiado no primeiro turno. O que, de fato, aconteceu. A sua vantagem para o segundo colocado era de quase 34 pontos. Já neste ano, embora a possibilidade de vitória em 2 de outubro não pode ser descartada, a vantagem do governador sobre os potenciais adversários é menor.
Com 40,8% de intenção de votos, Caiado tem cerca de 19 pontos de frente para o segundo colocado, Gustavo Mendanha (Patriota), com 21,9%. O terceiro e quarto colocados, Marconi Perillo (PSDB) e deputado Vitor Hugo (PL), aparecem com 14,6% e 7,7%, respectivamente. Um patamar que reduz, no cenário atual, a probabilidade da eleição ser definida no primeiro turno em Goiás.
Esperar a campanha
Claro, este é o retrato atual. E alguns fatores podem muda-lo até o início da campanha. Primeiro, é saber se Marconi Perillo vai mesmo disputar o governo de Goiás. Caso o tucano decida por uma candidatura ao Senado, por exemplo, aumentaria a chance de Caiado conseguir a vitória já em 2 de outubro.
Também vai pesar o desempenho pessoal e a campanha de cada candidato a governador. Na reta final da campanha de 2018, em setembro, Caiado cresceu nas pesquisas na medida que reduziam os eleitores indecisos. Na época adversário, Daniel Vilela também cresceu na reta final, o suficiente para garantir o segundo lugar, mas não para levar a disputa para o segundo turno.
É que a candidatura de José Eliton (e de quase todos do PSDB em Goiás naquele ano) desidratou nas últimas quatro semanas da campanha. O que assegurou a vantagem necessária para Caiado vencer no primeiro turno.
Há outro fator que pode levar a decisão para o segundo turno neste ano: o potencial de crescimento de Vitor Hugo no eleitorado bolsonarista e de Womir Amado (PT) no eleitorado lulista. Até mesmo governistas avaliam que ambos podem chegar (ou até mesmo passar) a 10% dos votos válidos, cada um.