A Polícia Federal abriu um inquérito nesta quarta-feira para apurar se houve crimes de genocídio e omissão de socorro na assistência do governo federal ao povo ianomâmi. Que passa por uma grave crise sanitária e de saúde em seu território em Roraima.
Já o advogado-geral da União, Jorge Messias, anunciou a criação de um grupo especial para a proteção e defesa dos povos indígenas que, segundo ele, “foram abandonados à própria sorte” por um “projeto de omissão” do governo Bolsonaro.
O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC) também está preparando um relatório para identificar as violações de direitos contra os ianomâmis. A secretária-executiva da pasta, Rita Oliveira, cobrou ação contra o garimpo ilegal na região.
A futura presidente da Funai, deputada Joenia Wapichana, disse que a atual crise humanitária sobre os ianomâmis era uma “tragédia anunciada”. Ela conta que se reuniu em 2019 com o então vice-presidente Hamilton Mourão para relatar a situação do povo originário, mas nada teria sido feito.
CPI
A bancada do PT no Congresso tenta convencer o presidente Lula a apoiar a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos ianomâmis, para investigar como a situação dos indígenas chegou ao estado atual. O presidente rejeitou a criação de outra CPI para apurar os ataques do 8 de Janeiro, argumentando que as instituições já apuram o caso na Justiça.