O governo de Jair Bolsonaro (PL) deve substituir cerca de 11 ministros até abril deste ano. Não se trata de debandada. Pelo contrário. É que a grande maioria deseja concorrer (ou é incentivada pelo próprio presidente) nas eleições deste ano para deputado, senador e até mesmo governador.
O movimento é normal em anos eleitorais, mas o número neste ano deve ser maior que nos governos anteriores e já desperta brigas. Os partidos do Centrão, como sempre, querem aumentar sua influência no governo, enquanto futuros ex-ministros ligados diretamente a Bolsonaro, como Anderson Torres (Justiça) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), preferem deixar auxiliares na cadeira, de forma a manterem alguma ingerência nas pastas.
Com ou sem novos ministérios, o Centrão deve seguir firme com o presidente. Pelo menos até as convenções partidárias em agosto. Os partidos que integram o grupo apoiam todos os governos – Bolsonaro já foi oficialmente da base parlamentar de Lula e Dilma, por exemplo –, mas nunca tiveram tanto poder nem tanto dinheiro quanto no atual. Claro, essa parceria também dependerá da viabilidade eleitoral de Bolsonaro este ano.