O cessar-fogo acertado entre russos e ucranianos para a criação de um corredor humanitário que permitiria a evacuação de civis em áreas sitiadas foi violado. Soldados da Rússia dispararam morteiros contra pessoas que tentavam deixar a cidade ucraniana de Irpin matando pelo menos uma mulher e duas crianças. Não havia tropas ucranianas oferecendo combate no local onde os civis foram mortos.
Diante desses ataques, o presidente Volodymyr Zelenski disse que os russos estão anunciando abertamente uma “atrocidade planejada”. Ontem (6/3), Moscou anunciou ataques com armas de precisão contra instalações militares e industriais ucranianas. Zelenski lembrou que “centenas de milhares de pessoas” vivem e trabalham próximo a esses locais, alertando para um “assassinato premeditado” de civis. A resistência ucraniana está sendo mais intensa do que previam os militares russos.
Os Estados Unidos estão negociando com a Polônia o envio para a as Forças Armadas da Ucrânia aviões de caça dos tempos da União Soviética. Embora ultrapassados, são aeronaves em boas condições, e, mais importante, os pilotos ucranianos estão familiarizados com seus controles.
Mas, discreta e extraoficialmente, os EUA e a União Europeia já se preparam para reconhecer um governo ucraniano no exílio e dar a apoio a uma longa campanha de insurgência contra as tropas de ocupação russas. O Congresso americano deve aprovar um pacote de US$ 10 bilhões (R$ 50 bilhões) em ajuda humanitária e militar à Ucrânia. Esse dinheiro, em parte, vai manter o fluxo de armas para o país.
Até o momento, Zelenski se recusa a deixar Kiev, mas assessores tentam convencê-lo a transferir a sede do governo para Lviv, perto da fronteira com a Polônia.