Os últimos indicadores do IBGE sobre a economia de Goiás mostram dois setores em direções totalmente antagônicas. Enquanto a agropecuária goiana registra forte crescimento, se consolidando entre as três maiores do País, o polo industrial tem acumulado sucessivas retrações no Estado.
O lado positivo é que o agronegócio tem demonstrado capacidade de manter a economia goiana aquecida e em crescimento. O lado negativo é que Goiás tem perdido a capacidade de agregar maior valor aos seus produtos.
O levantamento do IBGE divulgado nesta semana aponta que Goiás será o terceiro maior produtor de grãos do Brasil, com uma participação de 10,7% da produção nacional, ficando atrás apenas do Mato Grosso (30,1%) e Paraná (13,9%).
Destaque para a produção de soja, em que o Estado será nesta safra o segundo maior produtor do País, com 14,8 milhões de toneladas, atrás apenas de Mato Grosso (37,4 milhões de toneladas). Ultrapassará Paraná (12,1 milhões) e Rio Grande do Sul (9,2 milhões).
A safra goiana de soja deste ano responderá por 12,5% do total nacional, com aumento de 13,5%, devido ao crescimento de 7% da área plantada, para 3,98 milhões de hectares.

Indústrias
Já o setor industrial goiano vive uma má fase há algum tempo. A produção industrial no Estado caiu em abril pelo segundo mês consecutivo. Queda de 0,5% frente a março e de 2,2% comparada com a de abril de 2021. A indústria goiana acumula queda de 0,7% nos primeiros quatro meses deste ano.
As principais atividades que compõem a indústria goiana, como a carne bovina, leite esterilizado, biodiesel, álcool etílico e veículos automotores, pressionaram para baixo a variação de abril.
A indústria de transformação sofreu recuo de 2,3% no mês de abril em relação ao ano passado. A queda mais acentuada foi na fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (-14,6%). As reduções que mais contribuíram para esse resultado foram nas produções de biodiesel e álcool etílico.
Outro segmento que sofre forte queda é das montadoras de veículos (-13,8%). Também apresentou queda em abril a fabricação de produtos alimentícios (-4,8%).
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