O governador Ronaldo Caiado (UB) ameaça ficar de fora da eleição municipal deste ano em Anápolis (GO), sua cidade natal. Motivo: a sua base tem duas pré-candidaturas para a Prefeitura. E, até o momento, os dois grupos não sinalizam que podem caminhar juntos em única chapa.
O grupo do prefeito Roberto Naves (Republicanos) tem o vice-prefeito Márcio Cândido (PSD) como pré-candidato à sua sucessão. E faz forte pressão por apoio do governador. Já o outro grupo é encabeçado pelo deputado federal Márcio Correa (MDB), apoiado pelo vice-governador Daniel Vilela, presidente estadual do MDB.
Márcio Correa disputou a eleição de 2020 para a Prefeitura de Anápolis, ficando em terceiro lugar, com quase 30 mil votos. Naquele ano o segundo turno foi disputado pelo prefeito Roberto Naves, que venceu o pleito, e pelo deputado estadual e ex-prefeito da cidade, Antônio Gomide (PT). Que volta a ser novamente pré-candidato neste ano, liderando mais uma vez as pesquisas.
Bolsonarismo
O desentendimento entre Márcio Correa e Roberto Naves começou na campanha daquele ano. E se agravou depois. Segundo aliados do emedebista, o problema se tornou de ordem pessoal e com muita dificuldade de ser contornado. Além disso, o emedebista aparece melhor nas pesquisas do que o atual vice-prefeito apoiado por Naves.
“Se for para dividir a base, não tem sentido, não tem por que o governo entrar”, disse Caiado. “Se você cria uma divisão interna, não vai ter um bom resultado. Isso nunca deu certo”, enfatizou.
Os dois Márcio também disputam o apoio de outro cabo eleitoral, tão importante como o governador: o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Inicialmente, o pré-candidato do MDB já teve sinalização de apoio do bolsonarismo, via o ex-deputador Major Vitor Hugo.
Mas o prefeito Roberto Naves, que foi apoiado por Bolsonaro em 2020, busca garantir esse apoio para Márcio Cândido via senador Wilder Moraes, presidente estadual do PL.
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