O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) criticou nesta terça-feira (14/1) que o presidente Lula (PT) tem focado “excessivamente” os atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023 e que tem sido a “única coisa” discutida durante os dois anos de mandato do petista.
“Você não vê um programa de governo, um programa de infraestrutura, de saúde, de nada. Você vê um governo gastando cada vez mais, mantendo uma estrutura de fisiologismo partidário dentro dos órgãos do Estado”, afirmou em entrevista para a Rádio Gaúcha.
Para Caiado, a insistência nesse tema impede que o governo foque em problemas urgentes como inflação, juros altos e a fuga de capital. “Se nós ficarmos eternamente discutindo 8 de janeiro, você vai ter uma inflação cada vez maior, o juro cada vez maior, a fuga de capital do Brasil cada vez maior, e você não vê nenhuma mudança substantiva”, disse.
Citou o exemplo do presidente Juscelino Kubitschek, que, após sofrer uma tentativa de golpe, não se concentrou no episódio, mas sim no desenvolvimento do Brasil. Para Caiado, o 8 de janeiro deveria ser tratado exclusivamente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Olho em 2026
Pré-candidato a presidente para a eleição de 2026, Caiado defendeu a urgência de uma nova liderança nacional. “O desafio do Brasil é ter uma pessoa de coragem na presidência da República para pautar o que é relevante para a vida das pessoas”, afirmou.
Disse que há um cansaço da população brasileira com gestões que não priorizam o desenvolvimento. “Nós estamos perdendo hoje até para o Vietnã e para o Camboja, que já estão desenvolvendo tecnologias muito mais avançadas do que nós”, frisou. “O Brasil precisa de equilíbrio e foco no que realmente importa”, defendeu.
O governador relembrou das dificuldades que enfrentou ao assumir a administração de Goiás. “Eu peguei um Estado totalmente dilapidado, corrompido e que só aparecia nas páginas policiais. Hoje, tem o maior grau de liquidez no Brasil, além de segurança, educação e saúde em primeiro lugar”, enfatizou.