O consumo de energia elétrica tem batido novos recordes no Brasil e em Goiás com a forte onda de calor nas últimas semanas. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) registrou nessa segunda-feira (13/11) novo patamar na demanda instantânea de carga do Sistema Interligado Nacional (SIN): patamar de 100.955 megawatts (MW). Foi a primeira vez na história que a carga superou a marca de 100 mil MW. O recorde anterior era de 97.659 MW, medido em 26 de setembro deste ano.
No momento em que o novo patamar foi registrado, o atendimento à carga era feito por 61.647 MW de geração hidráulica (61,1%), 10.628 MW de geração térmica (10,5%), 9.276 MW de geração eólica (9,2%), 8.506 MW de geração solar centralizada (8,4%) e 10.898 MW de geração solar (10,8%).
A principal razão para esse comportamento da carga é a significativa elevação de temperatura verificada em grande parte do Brasil. O Rio de Janeiro registrou nesta terça-feira (14/11) a maior sensação térmica desde 2014, de 58,5 graus Celsius (°C).
Mas vários municípios goianos registraram recordes de temperatura e alguns ficaram entre as 43 cidades brasileiras que superaram a marca dos 40ºC nesta segunda-feira (13/11), segundo o Inmet. São eles: Aragarças e Itumbiara. A capital goiana ficou entre as cinco capitais mais quentes do Brasil, marcando 38ºC. Em primeiro lugar ficou Cuiabá (MT), com 41°C.
A onda de calor chegou em uma época do ano em que, normalmente, a estação chuvosa já está estabelecida e em que as nuvens funcionam como uma espécie de controle das temperaturas. A ausência dessa defesa, segundo a meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Anete Fernandes, potencializa os efeitos do fenômeno climático.
Recorde em Goiás
Em outubro deste ano o consumo médio residencial registrado em Goiás teve aumento de 18% quando comparado ao mesmo mês do ano passado. E crescimento de 14% na comparação com setembro, que chegou a ser considerado o mais quente do ano, mas já perdeu para novembro.
Segundo a Equatorial Energia, no mês houve um novo recorde no estado: 225 kWh por instalação. Superou o registrado em outubro de 2020, durante a pandemia, quando o consumo médio chegou a 200 kWh por instalação. Para se ter uma ideia, normalmente o consumo médio residencial dos goianos fica na faixa de 166 kWh.
O aumento do consumo de energia acontece por conta de maior uso dos equipamentos refrigeradores, como ar-condicionado e ventiladores, assim como maior consumo de alimentos e bebidas refrigeradas. A Equatorial ressalta que durante todo o ano de 2023 o consumidor goiano está apresentando consumo médio residencial bem acima dos resultados de 2022.
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