Se não ocorrer um novo adiamento, a estatal goiana Celg Transmissão deverá ser leiloada na tarde desta quinta-feira (14/10) na sede da B3, em São Paulo. O valor mínimo pedido pelo governo de Goiás é de R$ 1,097 bilhão, mas a expectativa é que o leilão deverá ser disputado por mais de duas empresas, principalmente estrangeiras, e acabe gerando um bom ágio no preço inicial. Será a primeira privatização no governo de Ronaldo Caiado (DEM).

A primeira tentativa de leiloar a Celg GT (Geração e Transmissão) foi em maio deste ano, mas sem êxito. O governo, então, decidiu dividir a estatal em duas empresas, separando seus ativos de geração de energia elétrica da sua linha de transmissão. Assim, em setembro, oficialmente nasceu a Celg T, que será colocada na próxima quinta-feira à leilão na Bolsa.

Embora a privatização seja uma determinação do governo estadual, não houve unanimidade na estatal. O conselheiro Daniel Augusto Ribeiro disse que a empresa a decisão é política e não técnica, porque a empresa é lucrativa. A Celg GT terminou o ano de 2020 com lucro líquido de R$ 165,6 milhões, 133% acima do registrado em 2019. O Ebitda ficou em R$ 244,7 milhões e a receita operacional líquida em R$ 278,4 milhões.

“Sempre me posicionei contrário à privatização da companhia. Apontei vícios que contaminavam o processo, indiquei limites de atuação e responsabilização, adentrei no mérito de conveniência e oportunidade. A Celg GT, que tem ótimos índices de qualidade na prestação do serviço público de geração e transmissão, é rentável com altas margens de lucro que definitivamente não nos tornam dependentes do Estado. Esses bons números chamam a atenção do mercado, que a considerar pelas visitas técnicas que estão acontecendo, provavelmente algum grupo estrangeiro irá arrematar a companhia no leilão com bom ágio” afirmou o conselheiro na última Assembleia Geral da estatal.