O presidente do PSD em Goiás, ex-deputado Vilmar Rocha, afirmou nesta terça-feira que as críticas feitas pelo senador Vanderlan Cardoso à escolha antecipada de Daniel Vilela (MDB) para a vice do governador Ronaldo Caiado (DEM) nas eleições do ano que vem não representam a posição do partido. “É natural que o partido democrático todos os seus membros tenham a liberdade de expressar suas opiniões e vemos isso com naturalidade. Agora, não é a posição do partido”, afirmou Vilmar Rocha em entrevista ao Diário de Goiás.
Vilmar mantém um bom relacionamento com Daniel Vilela, com quem andou se reunindo nos últimos dias. O mesmo vale para o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, pré-candidato ao Senado pelo PSD e que também tem conversas frequentes com Daniel.
A declaração de Vanderlan de que Daniel na vice dificulta seu apoio a Caiado foi vista no meio político como um possível sinal de que ele poderia tentar viabilizar sua própria candidatura a governador. Algo que Vilmar Rocha descarta. “Eu não acredito nisso. Ele (Vanderlan) fala para nós internamente e abertamente que não pretende e não deseja ser candidato a governador em 2022”, afirmou o dirigente do PSD. Vilmar reforça que o projeto majoritário do partido é eleger Henrique Meirelles senador. A preferência do grupo é que o ex-presidente do Banco Central seja candidato na chapa caiadista.
O problema de Vanderlan com Daniel deve-se à pretensão do senador de ser candidato a governador em 2026. Se Caiado for reeleito ano que vem, o presidente do MDB passa a ser automaticamente o sucessor natural na base aliada, o que empurraria Vanderlan para a oposição, caso ele mantenha o projeto de concorrer ao Palácio das Esmeraldas. O senador, que contou com o apoio decisivo do MDB na sua eleição em 2018, se afastou do partido ao enfrentar Maguito Vilela na última eleição para prefeito de Goiânia. Acabou derrotado pelo emedebista, que estava internado numa UTI por causa de complicações causadas pela Covid-19.