O prefeito Rogério Cruz (Republicanos) retirou nesta quarta-feira (28/12) da Câmara de Goiânia o projeto de lei, enviado pelo Paço, que abre crédito adicional de R$ 30 milhões para a Comurg. É a autarquia municipal responsável pela limpeza e urbanização da capital goiana. Isto porque os vereadores pediram mais explicações sobre como seria usado o recurso. O prefeito preferiu arquivar o projeto, em vez de explica-lo.
A CCJ da Câmara aprovou pedido do vereador Paulo Henrique da Farmácia (PTC) para a Prefeitura enviar informações sobre o projeto. Que chegou à Câmara na segunda-feira (26/12), mas ainda precisava ser votado na Comissão e em dois turnos no plenário. O presidente da Câmara, vereador Romário Policarpo (Patriota), chegou a dizer que, caso necessário, iria convocar sessões extraordinárias em janeiro.
O projeto de lei autoriza a abertura de créditos adicionais, na importância de R$ 30.771.425,08. “Para atender despesa de recomposição do capital social da Comurg, por meio de aporte de capital, com a consequente alteração do contrato social”.
Reação
No entanto, a Câmara aprovou o pedido de vista do vereador Paulo Henrique (PTC), que alegou desconhecer o teor da matéria. O vereador Pedro Azulão Jr. (PSB) frisou que precisava verificar a justificativa dada à urgência do trâmite. O vereador Paulo Magalhães (União Brasil ) afirmou que “é de praxe que o Executivo envie projeto no apagar das luzes”, para não ter discussão. Mas frisou “que a Câmara não é um puxadinho da Prefeitura, e portanto, um poder independente que não pode aceitar que projeto chegue e seja votado sem discussão”.
Já Mauro Ruben (PT) salientou que a companhia passa por dificuldades, e sem dinheiro, não conseguirá resolver. Mas que “é uma irresponsabilidade do Prefeito deixar para a última hora, o último momento para enviar uma solução”. Thialu Guiotti (Avante) emendou que um dos graves problemas que a empresa pública passa são as dívidas. Como as trabalhistas, que ultrapassam R$ 100 milhões.
O fato é que as despesas da Comurg aumentaram consideravelmente, com a nomeação de vários servidores comissionados, durante a campanha eleitoral deste ano. É essa caixa preta que os vereadores, especialmente os da oposição, estavam mirando. A Prefeitura resolveu recuar em vez de abri-la.
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