O setor de serviços apresentou crescimento de 2,3% no ano passado no Brasil. É o terceiro ano seguido de crescimento, mas bem inferior aos avanços registrados em 2022 e 2021: 8,3% e 10,9%, respectivamente. Ao comparar o resultado de dezembro passado com o mesmo mês de 2022, os serviços tiveram recuo de 2%, o mais intenso desde janeiro de 2021. Os dados divulgados nesta sexta-feira (9/2) são do IBGE.
O acumulado nos dois últimos meses do ano representou avanço de 1,2%, o que permitiu a recuperação de parte da perda de 2,1% anotada entre agosto e outubro. No acumulado dos últimos 12 meses, os serviços diminuíram o ritmo. Eles apresentaram recuo na magnitude de crescimento de 3,1% em novembro para 2,3% em dezembro de 2023.
Entretanto, a série histórica mostrou que, com a alta de 0,3% de dezembro, o setor de serviços ficou 11,7% acima do nível pré-pandemia, em fevereiro de 2020. A última vez que o setor de serviços registrou crescimento por três anos consecutivos foi entre 2012 e 2014. No triênio atual – de 2021 a 2023 – a evolução foi ainda mais expressiva: avanço de 22,9%.
Pós-isolamento
Segundo o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, em 2021 e 2022 houve forte retomada do setor após o período de isolamento da pandemia de covid-19. Sobretudo, por conta dos ganhos extraordinários dos segmentos de serviços de tecnologia da informação e o do transporte de cargas.
Quatro das cinco atividades tiveram taxas positivas em 2023. A pesquisa apontou ainda que 55,4% dos 166 tipos de serviços analisados tiveram crescimento. Os destaques ficaram por conta dos serviços de informação e comunicação (3,4%) e de profissionais, administrativos e complementares (3,7%).
“Atividades que se fortaleceram no contexto do pós-pandemia colocaram o setor de serviços em patamares elevados. Houve, por exemplo, aumentos consideráveis nos serviços voltados às empresas, notadamente os serviços de TI [tecnologia da informação]”, observou o gerente.
Neste contexto, ele ressaltou o transporte rodoviário de carga, que influenciou o avanço de 1,5% nas atividades de serviços de transportes, serviços auxiliares aos transportes e Correios.
Das 27 unidades da federação, 25 tiveram elevação na receita real de serviços. Sendo os resultados positivos em Minas Gerais (7,7%), Paraná (11,2%), Rio de Janeiro (3,3%), Mato Grosso (16,4%), Santa Catarina (8,0%) e Rio Grande do Sul (4,4%). As quedas foram anotadas em São Paulo (-1,8%) e Amapá (-2,2%).