O premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, desafiou o presidente Joe Biden (EUA) e reafirmou sua oposição à criação de um Estado palestino. Biden vem defendendo que esse seria o caminho após o fim da guerra em Gaza. “Não abro mão do controle total da segurança israelense de toda a área a oeste do rio Jordão — e isso é inconciliável com um Estado palestino”, disse Netanyahu.
O pronunciamento veio apenas um dia depois de os dois terem se falado por telefone e divulgarem versões contraditórias da conversa. Biden sugeriu uma solução de dois Estados e a possibilidade de uma nação palestina desarmada, que não ameaçaria a segurança de Israel.
Argumentou que a criação de um Estado palestino é a única resolução viável a longo prazo e vem sendo defendida pela maioria dos presidentes americanos e líderes europeus na história recente.
Grant Shapps, secretário da Defesa britânico, classificou os últimos comentários de Netanyahu como “decepcionantes”. António Guterres, secretário-geral da ONU, disse que negar a criação de um Estado ao povo palestino era “inaceitável”.
Plano de paz
Enquanto isso, os EUA, o Egito e o Catar devem pressionar Israel e o Hamas a aceitarem, nos próximos dias, em um encontro no Cairo, um plano abrangente que poria fim à guerra, incluiria a libertação dos reféns detidos em Gaza e conversações para o estabelecimento de um Estado para a Palestina, segundo o Wall Street Journal.
O plano levaria 90 dias para ser implementado. Israel também libertaria centenas de prisioneiros palestinos, sairia das cidades de Gaza, permitiria a liberdade de movimento na faixa encerrando a vigilância de drones, e duplicaria a quantidade de ajuda que entra no território controlado pelo Hamas. Que, por sua vez, teria de libertar as mulheres combatentes de Israel e devolver os corpos de reféns israelenses assassinados.
Já o Hamas fez sua primeira manifestação oficial desde o ato terrorista de 7 de outubro. O grupo declarou, em um documento de 16 páginas, que os ataques a Israel foram um “passo necessário e uma resposta normal a todas as conspirações israelenses contra o povo palestino”.
O texto, publicado em inglês e árabe, segue com o grupo afirmando de que “talvez tenham ocorrido alguns erros durante a operação” devido “ao colapso rápido da segurança israelense e do sistema militar, e ao caos nas áreas fronteiriças com Gaza”.
“Se, em algum caso, civis foram tomados como alvo, ocorreu acidentalmente e no transcurso do enfrentamento com as forças de ocupação”, diz o documento.
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