Para acolher as vítimas das enchentes, o governo do Rio Grande do Sul pretende construir quatro cidades provisórias. O vice-governador Gabriel Souza (MDB) afirmou ontem que os locais estudados estão em Porto Alegre, Guaíba, Canoas e São Leopoldo.
“Teremos espaço para crianças e pets. Lavanderia coletiva. Cozinha comunitária. Dormitórios e banheiros. Isso nesse período em que as pessoas necessitarão desse apoio”, afirmou.
O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), estima em 15 mil os desabrigados na cidade. No estado, são 80 mil. O objetivo é poder alocar 65% das pessoas que estão sem moradia nessas provisórias.
Ao menos 303 mil imóveis residenciais e 801 estabelecimentos de saúde em 123 cidades foram atingidos pela cheia, indicam dados do IBGE e da UFRGS.
Tamanho da tragédia
O número de desalojados no estado passou ontem dos 540 mil, segundo levantamento da Defesa Civil. O total de pessoas que tiveram de deixar suas casas em razão das chuvas supera o de habitantes de 5.532 cidades brasileiras, de acordo com dados do Censo Demográfico 2022, do IBGE.
Apenas 38 dos 5.570 municípios do país têm mais moradores do que o total de pessoas que saíram de casa por conta da tragédia.
Auxílios financeiros
O Rio Grande do Sul vai começar a ajudar financeiramente as vítimas. O programa Volta por Cima, que existe desde as enchentes de 2023, paga R$ 2,5 mil por família desabrigada, enquanto o SOS Enchentes destina R$ 2 mil ao mesmo público, com recursos das doações via PIX.
Os pagamentos começam hoje e devem alcançar 40 mil famílias. Já o auxílio de R$ 5,1 mil prometido pelo governo federal ainda não tem data de repasse. (CNN Brasil)
Rio começa baixar
Pela primeira vez desde segunda-feira, o nível do Guaíba em Porto Alegre ficou abaixo de 5m, chegando a 4,86m na tarde de ontem, mas ainda acima da cota de inundação, de 3m.
Conforme a água baixa, sujeira e animais, como ratos, baratas e peixes mortos, estão emergindo. O aeroporto Salgado Filho e a estação rodoviária seguem inundados.
No sul do estado, a preocupação é com o aumento do volume da Lagoa dos Patos, que subiu 30 centímetros em 48 horas, a 2,80m, mesma marca das cheias históricas de 1941.