O presidente Lula empossou nesta quinta-feira (1/2) Ricardo Lewandowski no cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública. Em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, citou o crime organizado como uma “indústria multinacional com muito poder” e que está presente em todas as atividades do país. Lewandowski substitui Flávio Dino, que assumirá uma vaga de ministro no STF, por indicação de Lula.
“O crime organizado não é uma coisa de uma favela, de uma cidade, de um estado. É uma indústria multinacional de fazer delitos internacionais e o crime organizado está em toda atividade desse país”, disse o presidente.
“Ninguém persegue ninguém, a Polícia Federal não persegue ninguém, o governo federal não quer se meter, nem se intrometer em fazer a política de segurança nos estados, o que nós queremos é construir com os governadores a parceria necessária para que a gente possa ajudar a combater um crime que eu não chamo de coisa pequena”, frisou Lula.
Infiltradas
Lewandowski afirmou que as organizações criminosas começam a se infiltrar, inclusive, em órgãos públicos. E defendeu o trabalho de inteligência para identificar líderes e bloquear movimentações financeiras e patrimoniais que alimentam as estruturas do crime organizado.
“Tal como ocorre em outras nações, o crime organizado começa a se infiltrar em órgãos públicos. Especialmente naqueles ligados à segurança e a multiplicar empresas de fachada para branquear recursos obtidos de forma ilícita”, enfatizou.
O novo ministro defendeu também uma aliança com estados e municípios, que detém a responsabilidade primária pela segurança pública.
“É preciso superar a fragmentação federativa e estabelecer um esforço nacional conjunto para neutralizar as lideranças das organizações criminosas e confiscar os seus ativos, porque elas não podem sobreviver sem recursos para custear os seus soldados e as suas operações”, disse.
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