O ex-governador Marconi Perillo continuará no PSDB. Para reafirmar isto, vai aproveitar a solenidade de entrega de título de cidadão goiano ao governador tucano Eduardo Leite (RS), nesta quinta-feira (26/1) na Assembleia Legislativa de Goiás. Derrotado no ano passado pela segunda eleição consecutiva para o Senado, foi cogitado nos bastidores uma possível ida de Marconi para o PSB, do vice-presidente Geraldo Alckmin. Por ora, esta possibilidade está descartada.
Marconi Perillo não nega que tenha conversado com lideranças do PSB e de outros partidos sobre uma possível filiação. Entretanto, tem afirmado que os convites partidos das outras legendas e garantido que não cogita deixar o PSDB. Mas, seus aliados avaliam que uma aproximação com a base do presidente Lula (PT) ajudaria projetos eleitorais futuros. Como uma candidatura ao governo estadual ou uma terceira tentativa de se eleger senador em 2026.
O fato é que o PSDB está cada vez menor. Nacionalmente e em Goiás. Pela primeira vez nos últimos 30 anos, os tucanos não lançaram candidato a presidente da República em 2022. Também perderam sua principal base eleitoral, o Estado de São Paulo. E viram suas bancadas na Câmara dos Deputados e no Senado definharem ainda mais.
Isolado
Nos quase 20 anos de governos de Marconi Perillo foi o partido hegemônico no Estado. Hoje está muito longe disto. Para complicar, tem dificuldades de costurar alianças em Goiás. Isto ficou claro na eleição do ano passado, em que o partido sequer conseguiu lançar uma candidatura ao governo estadual. Ou participar de uma coligação majoritária. Está praticamente isolado.
Marconi Perillo busca se posicionar como a principal liderança da oposição em Goiás. Tem, principalmente nas redes sociais, criticado o governo de Ronaldo Caiado (UB). Mas, lideranças da oposição têm se aproximado do governador goiano. Ou pelo menos acenado para uma relação cordial. Exemplo de deputados federais do PT.
Há também outra dificuldade: como o próprio Marconi Perillo admite, seus quatro governos sempre tiveram e têm a marca tucana. Não será fácil e rápido desassociar desta imagem. Segundo aliados do ex-governador, o mais fácil seria o PSDB nacional buscar um novo caminho, uma nova identidade. Inclusive, um novo nome. Algo para o jovem governador e futuro presidente nacional do PSDB, Eduardo Leite, pensar.