No dia seguinte à divulgação do resultado do primeiro trimestre, com queda no lucro líquido de 38%, o presidente Lula (PT) demitiu nesta terça-feira (14/5) o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
Será substituído por Magda Chambriard, que foi diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no governo de Dilma Rousseff.
Prates foi alvo de fritura interna no governo, com disputas com os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa, que almejavam ampliar o poder sobre a estatal.
O desgaste se intensificou em meio ao impasse sobre a distribuição dos dividendos extraordinários da Petrobras. Em abril, Lula chegou a convidar o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, para assumir a petroleira.
O presidente Lula deve justificar a demissão de Prates pela “demora de entrega de promessas”. A troca se deve à cobrança por maior velocidade na execução dos projetos anunciados pela empresa, principalmente em relação à encomenda de navios aos estaleiros brasileiros.
Mensagem interna
Em mensagem interna aos empregados da estatal, Prates diz que sua missão na Petrobras foi “precocemente abreviada” e indica a presença de Silveira e Costa no anúncio. “Minha missão foi precocemente abreviada na presença regozijada de Alexandre Silveira e Rui Costa”, diz o texto.
A Petrobras publicou fato relevante, anunciando o encerramento antecipado do mandato de Prates de forma negociada e que ele “pretende posteriormente apresentar sua renúncia ao cargo de membro do Conselho de Administração”.
Os ADRs (recibos de ações negociados na Bolsa de Nova York) da Petrobras deram o prenúncio do que deve ser o dia de hoje para a estatal. Após caírem quase 9%, os papéis PBR encerraram as negociações no pós-mercado com queda de 6,89% (US$ 15,54), enquanto os PBR-A tiveram baixa de 5,48% (US$ 15).
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