Lideranças da oposição em Goiás têm cobrado a redução da alíquota do ICMS sobre os combustíveis, uma promessa de campanha do governador Ronaldo Caiado (DEM), mas que depois não disse mais nada sobre o assunto. A oposição busca desgastar o democrata com a nova escalada dos preços da gasolina, etanol e diesel na Petrobras e nos postos de combustíveis. O presidente Jair Bolsonaro prometeu no final da semana passada zerar todos os impostos federais sobre o diesel por dois meses. Teme uma paralisação nacional dos caminhoneiros, um dos seus redutos eleitorais, que já ameaçam greve geral para o final deste mês.
Curiosamente, a cobrança contra Caiado é feita principalmente pelos tucanos. A atual alíquota do imposto estadual, na casa dos 30%, foi elevada nos governos do PSDB, com a justificativa de fazer caixa para investimentos em infraestrutura do Estado, especialmente nas rodovias. Algo que, até 2018, era duramente criticado por Caiado. Caso eleito governador, ele prometeu que iria rever as alíquotas “mais altas do Brasil”. Ficou na promessa.
Entretanto, numa tentativa de demonstrar que não está alheio ao problema, a Delegacia do Consumidor (Decon) e o Procon, em ação integrada com a Polícia Militar e ANP, deflagrou a Operação Petróleo Real para fiscalizar possíveis irregularidades na venda de combustíveis ao consumidor final. Já foram inspecionados 12 postos de combustíveis em Goiás, sendo 8 na capital e 4 em Anápolis. Com ampla cobertura da imprensa, a operação conduziu dois gerentes de postos à Decon. Os proprietários dos postos foram intimados.
Ou seja: a Operação Petróleo Real faz e fará muito barulho para pouco resultado prático. Primeiro, não vai reduzir os preços dos combustíveis. Não tem mesmo essa finalidade. E, segundo, sequer vai combater outro problema no mercado de postos de combustíveis em Goiás que tanto os consumidores reclamam: a cartelização nos preços.