O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu novamente nesta quinta-feira (29/6) o julgamento sobre a conduta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante reunião realizada com embaixadores, em julho do ano passado, no Palácio da Alvorada. Mas, com a sessão realizada hoje, o placar está atualmente em 3 a 1 pela inelegibilidade de Bolsonaro. A ação é do PDT.
O ministro André Ramos Tavares proferiu o terceiro voto pela condenação do ex-presidente. Com o voto do ministro, o placar do julgamento é de 3 votos a 1 pela condenação do ex-presidente. O ministro condenou Bolsonaro por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação pelo uso TV Brasil, emissora da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), para transmitir o evento.
Para Tavares, Bolsonaro fez ataques comprovadamente falsos contra a urna eletrônica com “finalidade eleitoral” em suas falas durante a reunião. “O conteúdo é permeado por afirmações falsas e inequívocos ataques a adversários e a ministros do STF e do TSE”, afirmou. Segundo o ministro, o ex-presidente contestou o sistema eleitoral pelo menos 21 vezes desde 2021 e utilizou a reunião no ano seguinte para promoção eleitoral.
Além de Tavares, os ministros Benedito Gonçalves e Floriano de Azevedo Marques também votaram pela condenação de Bolsonaro. O ministro Raul Araújo abriu a divergência e votou para julgar improcedente ação contra Bolsonaro por entender que a reunião não teve gravidade suficiente para gerar condenação à inelegibilidade.
Defesa
Adefesa de Bolsonaro alega que a reunião não teve viés eleitoral e foi feita como “contraponto institucional” para sugerir mudanças no sistema eleitoral. De acordo com o advogado Tarcísio Vieira de Carvalho, a reunião ocorreu antes do período eleitoral, em 18 de julho, quando Bolsonaro não era candidato oficial às eleições de 2022. Dessa forma, segundo o defensor, caberia apenas multa como punição, e não a decretação da inelegibilidade.
O TSE já formou maioria de quatro votos pela absolvição de Braga Netto, candidato à vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022. Todos os ministros que já se manifestaram entenderam que ele não teve relação com a reunião. O nome dele foi incluído no processo pelo PDT.
O julgamento será retomado nesta sexta-feira (30/6). Caso algum ministro faça pedido de vista para suspender a sessão, o prazo de devolução do processo para julgamento é de 30 dias, renovável por mais 30. Com o recesso de julho nos tribunais superiores, o prazo subirá para 90 dias.
Saiba mais: Bolsonaristas temem efeito dominó no TSE