A Amme Saúde Ltda assinou dez contratos para a prestação de serviços médicos especializados ao hospital estadual de Itumbiara (foto) e para as policlínicas de São Luís de Montes Belos e da cidade de Goiás. O valor total é de R$ 9,1 milhões por seis meses. Todas essas unidades do Estado são administradas pela organização social Instituto Brasileiro de Gestão Compartilhada (IBGC).
Até aí, nenhum problema. Entretanto, segundo reportagem do portal Metrópoles, há indícios de ligação do médico Daniel Alexandrino com a proprietária da empresa. Ele é irmão do ex-secretário estadual da Saúde, Ismael Alexandrino, hoje pré-candidato a deputado federal pelo PSD.
A Amme é administrada por Andréia Lopo de Oliveira, que até 2019 era secretária da clínica particular de Daniel Alexandrino. Segundo a matéria do Metrópoles, ela também é dona da AZ Liffe Ltda, empresa de tecnologia da informação criada pelo irmão de Ismael Alexandrino em janeiro de 2020. Ele saiu da empresa em maio daquele ano e Andréia assumiu a gestão em setembro.
Em 2018, Daniel Alexandrino chegou a apresentar em seu currículo como proprietário da “Clínica Amme Saúde” com unidades em Goiânia e São Luís de Montes Belos. Embora seja CNPJ diferente, é o mesmo nome da empresa da sua ex-funcionária. Aliás, a Amme funciona numa modesta sala comercial no Jardim América, em frente à Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, onde Daniel Alexandrino é diretor clínico.
Explicações
A Secretaria de Saúde de Goiás disse ao Metrópoles que vai solicitar para o IBGC informações sobre a seleção de empresas prestadoras de serviços. Mas, enfatizou que as OSs têm autonomia e que seus contratos são fiscalizados por órgãos de controle interno e externo.
Já o pré-candidato Ismael Alexandrino disse que não conhece as empresas e que nunca se relacionou ou influenciou nenhuma empresa com contrato com alguma OS em Goiás. O seu irmão Daniel Alexandrino não respondeu aos questionamentos da reportagem. E Andreia Lopo negou a relação do ex-patrão com a empresa, que ela garante ser apenas dela.
Já o IBGC afirmou que os contratos eram emergenciais, foram feitos com a devida cotação de preços e que já teriam sido encerrados. Entretanto, alguns contratos assinados têm (ou tinham) vigência até setembro deste ano.
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