A recuperação econômica tem favorecido apenas os grupos mais ricos do Brasil. Segundo a Tendências Consultoria, o primeiro deles é a elite do funcionalismo público, já que os efeitos da crise e as oscilações da economia não interferem nos salários e outros benefícios. Os grandes empregadores, que têm a renda atrelada aos ganhos de suas empresas, que sofreram os primeiros impactos, também estão colhendo os frutos da recuperação. Enquanto mais de 1,2 milhão de famílias devem passar para níveis de pobreza.
Se pudesse, quase a metade dos jovens brasileiros, entre 15 e 29 anos, deixaria o País. Isso no auge do chamado bônus demográfico, quando o Brasil teria a chance de acelerar o crescimento com uma proporção inédita de pessoas em idade de trabalhar. Nunca foi tão alta a proporção dos que nem trabalham nem estudam (27,1%) e 70% dos jovens têm dificuldade de encontrar trabalho.
A combinação de desemprego recorde e inflação alta levou o Brasil a ocupar a segunda posição no ranking do índice de mal-estar entre 38 países. Com 19,83% no primeiro trimestre de 2021, o país só perde para a Turquia (26,28%).