Embora tenha antecipado a vaga de vice-governador na sua chapa para a eleição deste ano para Daniel Vilela (MDB), o governador Ronaldo Caiado (DEM) mantém ainda algumas cartas na manga para a eleição estadual de 2022. A principal delas: a única vaga para o Senado, além das suplências (também cobiçadas). Embora o ex-ministro Henrique Meirelles (PSD) seja o mais cotado para ocupar esta vaga, a tendência é que Caiado vai segurar o máximo esta carta nas mãos, à espera dos movimentos dos adversários, especialmente do prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido).
Se a antecipação do seu próximo vice de chapa não neutralizou o projeto eleitoral de Gustavo, embora tenha causado dificuldades políticas ao prefeito, aliados do governador acreditam que a decisão de quem vai ocupar a vaga para o Senado deve complicar mais a vida do potencial adversário. O motivo é simples: retiraria potenciais aliados. Esta carta pode ser inclusive ser usada, a depender da jogada, para inviabilizar de vez uma candidatura neste ano do prefeito de Aparecida.
É que Gustavo terá de decidir, até março, em qual partido vai filiar para disputar o governo de Goiás nas eleições deste ano. Nos bastidores, o mais cotado é o Podemos. Mas o prefeito não decidiu ainda e tem conversado com a direção nacional de pelo menos outras duas legendas. Será arriscado filiar a um partido que tem pré-candidato a senador, porque correria o risco de ficar sem legenda na convenção partidária, a ser realizada entre 20 julho e 5 de agosto.
Como? Caso Gustavo decida filiar num partido que tenha pré-candidato a senador, Caiado pode usar a sua carta na manga para tentar tirar, na convenção, a candidatura do prefeito, oferecendo a vaga ao Senado para a legenda. A outra possibilidade, e até mais provável, é o governador usar esta carta para tirar um aliado de peso a uma candidatura de Gustavo.
Vários partidos (e pré-candidatos) pleiteiam a vaga ao Senado na chapa de Caiado, até porque ela naturalmente oferece melhores condições por conta da maior estrutura (alianças, apoiadores e a máquina do Estado), mas três demandam maior atenção do núcleo caiadista: o PSD de Henrique Meirelles, o PP de Alexandre Baldy e o Republicanos com o deputado federal João Campos. Porque, caso não tenham espaço na chapa do governador, podem fechar aliança com Gustavo Mendanha ou até mesmo outro nome que possar surgir no cenário para a eleição estadual.
Provavelmente, esta definição (ou grande jogada) deve acontecer apenas na primeira semana de agosto, nas últimas horas permitidas para as convenções partidárias.
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