A segunda-feira (28/3) foi de troca de cadeiras em Brasília. O ministro da Educação, Milton Ribeiro, entregou o cargo. Sua exoneração foi publicada numa edição extra do Diário Oficial, que saiu à tarde na própria segunda-feira. Ribeiro foi acusado por prefeitos de implantar um balcão de negócios no MEC em que verbas do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação eram liberadas, município a município, por intermédio dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. Em um dos casos, a propina chegou a ser cobrada em ouro.
Segundo reportagem do jornal O Popular, quatro prefeitos goianos devem prestar esclarecimentos em relação ao gabinete paralelo no Ministério da Educação. Adelícia Moura (PSC), de Israelândia, e Laerte Dourado (PP), de Jaupaci, estão entre os gestores citados em pedido da PGR ao STF para a participação em oitiva. Adelícia confirmou que prestou as informações por videoconferência nesta segunda-feira (28). Kelton Pinheiro (Cidadania), de Bonfinópolis, e Edmário de Castro (Cidadania), de Ceres, estão na lista dos indicados pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para prestarem esclarecimentos.
Petrobras
Aproveitando-se do dia confuso, o presidente Jair Bolsonaro fez ainda outra demissão surpresa: a do presidente da Petrobras, o almirante Joaquim Silva e Luna. Seu substituto é o economista Adriano Pires, especialista no setor de óleo e gás, substituirá Silva e Luna no comando da empresa. Ele já havia se reunido com Bolsonaro no domingo.
Assessores do presidente afirmam que o executivo ganhou sua simpatia por defender em público que a volatilidade dos preços do petróleo não deve ser repassada ao consumidor final — defende criação de fundos e o subsídio ao transporte urbano, o botijão de gás e os caminhoneiros. Estas, porém, não são atribuições do presidente da Petrobras.
Luna ficou menos de um ano na presidência da estatal e vinha sendo criticado por Bolsonaro e pelo Congresso por conta dos reajustes nos preços dos combustíveis e por seguir a lógica do mercado internacional para a definição de preços. Desde 2016, a empresa adotou a política de paridade internacional (PPI) para definir o valor da gasolina e diesel nas refinarias.
Diante do conflito entre Rússia e Ucrânia, que fez disparar o preço do petróleo no mundo, a estatal reajustou em 18,8% o litro da gasolina e de 24,9% no litro do diesel para as refinarias. Por conta disso, Bolsonaro voltou a fazer uma série de críticas públicas à empresa, mirando o lucro recorde da Petrobras em 2021, de R$ 106 bilhões.
Mas, Pires também defende a política de preços da companhia. “O que não podemos, e não devemos, é ceder à tentação de intervir nos preços da Petrobras, algo que só trouxe prejuízos para toda a sociedade brasileira e que significa o atraso do atraso. Precisamos respeitar a legislação de preços livres em toda a cadeia da refinaria até o posto de revenda.”