O governo brasileiro mudou de tom em relação à Venezuela e afirmou que acompanha com “expectativa e preocupação o desenrolar do processo eleitoral”, acrescentando que a candidata da oposição pela Plataforma Unitária, Corina Yoris, “foi impedida de registrar-se” para o pleito, previsto para 28 de julho.
Em nota, o Itamaraty disse que o impedimento “não é compatível com os acordos de Barbados” e “não foi, até o momento, objeto de qualquer explicação oficial”. E o presidente Lula deu aval à nota.
Segundo interlocutores, a avaliação é que ele pode se descolar da imagem de aliado do líder venezuelano, Nicolás Maduro (foto). A impossibilidade de registro de Yoris ocorreu após seu nome ter sido indicado por María Corina Machado, que era a favorita da oposição, mas não pôde concorrer por ter sido declarada inelegível por 15 anos.
Irritação de Lula
Fontes próximas a Lula disseram que ele está profundamente irritado com Maduro. A avaliação é que ele quebrou o acordo de que promoveria eleições limpas.
Um interlocutor lembrou inclusive que a defesa da Venezuela teve peso na perda de popularidade do presidente.
Apesar disso, a orientação é não comprometer os canais diplomáticos abertos com Caracas. A Venezuela não gostou da nota brasileira.
O regime de Maduro afirmou que o texto parece ditado pelos americanos.
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