Há um confronto acontecendo entre os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Rui Costa (Casa Civil) sobre a meta fiscal. Não se a proposta de déficit zero defendida pelo primeiro será mudada, mas quando. Haddad acredita que é necessário mais tempo para ter informações precisas sobre um eventual desequilíbrio orçamentário.
Para ele, o ideal é que a mudança na meta, se vier, só venha em março do ano que vem, quando será divulgado o 1º Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias de 2024. Com esses dados, a equipe econômica avalia que terá um retrato mais preciso da eventual necessidade de contingenciamento de despesas.
Rui Costa, porém, é contra, como já era contra a meta de déficit zero. Ele já teria consultado o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias, Danilo Forte (União-CE), para saber até quando a mudança pode ser enviada sem atrapalhar a tramitação.
Quem terá de arbitrar essa disputa, o presidente Lula (PT), não quer tocar no assunto. Ao deixar ontem a sede do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em Brasília, foi indagado por jornalistas sobre o assunto. “[Sobre] a meta fiscal, você me pergunta segunda-feira. Hoje é dia de Enem”, respondeu.
Enquanto isso…
O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, vem aumentando a articulação com o Congresso, especialmente com o Centrão, para aprovar projetos que aumentem a receita do governo. Em outubro, ele teve 28 encontros com parlamentares de PP, PL e Republicanos, mais do que as 24 reuniões que manteve com congressistas de seu próprio partido, o PT.
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