O núcleo duro do governo de Jair Bolsonaro discute usar a Força Nacional para “manter a ordem” à revelia dos governadores. A ideia de que a Força, formada majoritariamente por policiais militares, pode ser usada sem pedido prévio dos estados já foi derrubada pelo STF.
Entretanto, a ligação do governo com o comando dessa tropa é estreita. Seu comandante, o coronel da PM do Ceará Antônio Aginaldo de Oliveira, é marido da deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP), e o ministro da Justiça, Anderson Torres, a quem caberia a convocação, é umbilicalmente ligado ao presidente e a seus filhos.
A radicalização dos PMs e a adesão aos atos bolsonaristas preocupam o Conselho Nacional de Comandantes-Gerais das Polícias Militares. O presidente da entidade, coronel Euller de Assis, comandante da PM paraibana há dez anos, diz que os policiais da ativa têm “individualidades e preferências políticas”, mas devem respeito às hierarquias internas.