Literalmente, nas alturas: o preço médio da passagem aérea aumentou 54,3% neste ano em Goiânia. Nos últimos 12 meses, a alta é de 61,5%. Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) na capital goiana apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Somente no mês passado, viajar de avião ficou 20,2% mais caro em média para quem parte do aeroporto de Goiânia. Só para efeito de exemplo, o IPCA-15 acumula alta de 3,2% neste ano na capital. Nos últimos 12 meses, 4,1%.
Existem duas razões para o aumento explosivo no custo dos voos: aumento da procura e interrupção da oferta, além do reajuste no preço do combustível para a aviação. Durante os dois anos da pandemia, as companhias aéreas quase faliram, com aviões parados em todo o mundo.
Encerrada a pandemia, o efeito foi ao contrário: o regresso à normalidade impulsionou um notável boom de viagens aéreas. Em 2023, praticamente todas as principais companhias aéreas do mundo têm registado lucros recordes com a enorme procura.
“Essa alta pode estar relacionada também a alguns fatores como o aumento no preço de querosene de aviação e a proximidade das férias de fim de ano”, diz o gerente do IBGE, André Almeida.
Querosene
Em outubro, a Petrobras aumentou em 5,3% o preço médio do querosene de aviação (QAV) às distribuidoras. O número representou um acréscimo de R$ 0,22 por litro. Esse foi o segundo aumento consecutivo, pois em setembro a estatal aumentou o valor do combustível em 21,4%, alta de R$ 0,74 por litro.
O governo federal chamou as companhias aéreas que operam no Brasil para explicarem os recentes aumentos de preços. Elas ficaram de apresentar nesta semana um plano para tentar conter o aumento.
A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) afirmou estar à disposição para debater formas de estimular a criação de políticas públicas que contribuam para que mais pessoas viajem de avião e novos destinos sejam atendidos.
“A queda do preço do combustível de aviação (QAV), a diminuição da judicialização no setor, a redução de tributos e o estímulo à concorrência são essenciais para democratizar ainda mais o acesso ao transporte aéreo”, frisou a entidade.