A relação entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador Ronaldo Caiado (DEM), definitivamente, azedou. Como destacou hoje a coluna Sagres em Off, o presidente chamou ontem, em entrevista para o jornal Gazeta do Povo, o governador de “mentiroso” e disse ser um “crime” a forma de tributação dos preços dos combustíveis no Brasil. O ataque de Bolsonaro a Caiado é o terceiro em menos de sete dias.
“Que tirem fotografias da bomba de combustíveis para saber se o que a gente reduzir aqui vai refletir lá no ponto final. Quer saber? Não vai reduzir”, afirmou Bolsonaro na entrevista. Ele lembrou que entrou com ação no STF “para que regulamente uma emenda de 2001, que fala do ICMS, porque na ponta da linha os governadores têm que dizer pros seus moradores do estado o preço do ICMS da gasolina e do álcool”.
“Tem um governador de Goiás aí que falou que eu estava mentindo porque o percentual (de cobrança do ICMS sobre a gasolina) não tinha variado. Mentiroso é ele! Porque o percentual realmente não variou, é o mesmo, e além de ele cobrar sobre o preço final da bomba, ele é também bitributado. O que é britributar? Como é no valor final da bomba, já está ali incluso o valor do PIS/COFINS, que é o imposto federal. Ele cobra ICMS em cima do imposto federal. Cobra em cima do frete, dos tanqueiros. Cobra em cima da margem de lucro do posto de combustíveis e cobra em cima do próprio ICMS. Isso é um crime que acontece no Brasil todo. Não é apenas em Goiás”, disse Bolsonaro.
Segunda a coluna da Sagres, o governador Caiado prefere não responder o presidente Bolsonaro. Por dois motivos: primeiro, não é candidato a presidente da República. Segundo, evitar confronto com a militância (aguerrida) e eleitores de Bolsonaro em Goiás. O presidente ensaia lançar o deputado federal Vitor Hugo (PSL) como candidato ao governo de Goiás em 2022.