A CPI da Saúde na Assembleia Legislativa, comandada por deputados da base do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), rejeitou no seu primeiro dia de trabalho todos os pedidos dos parlamentares da oposição. Foram aprovados apenas dois requerimentos, ambos da base governista.
Como era já esperado, a presidência da CPI ficou com o deputado Talles Barreto, que trocou neste ano o PSDB pelo União Brasil. A relatoria ficou com Francisco de Oliveira, que trocou o PSDB pelo MDB.
São os dois principais cargos de uma comissão parlamentar e eram disputados pelos parlamentares da oposição Paulo Cezar Martins (PL) e Delegado Humberto Teófilo (Patriota). Que não tiveram nenhuma chance. A vice-presidência ficou com o deputado Wilde Cambão (PSD).
A CPI aprovou na terça-feira (28/6) duas requisições apresentadas pelo presidente e o relator, direcionadas à Secretaria de Estado da Saúde, e que solicitam respostas para as denúncias investigadas pelo colegiado, além de dados sobre investimentos feitos na área pelo governo Caiado.
E rejeitou todos os pedidos de convocações para oitivas feitos pela oposição, além de solicitação de dados para organizações sociais que administram hospitais da rede estadual.
Governo de olho
Tudo foi acompanhado pelo líder do Governo, deputado Bruno Peixoto (UB). Ele informou que todos os dados solicitados para a Secretaria de Saúde serão entregues já nesta quarta-feira (29/6).
O objetivo da CPI, instaurada a pedido da bancada da oposição, é investigar denúncias de favorecimento de gestão, omissão de socorro, prevaricação e improbidade administrativa imputada a gestores de hospitais estaduais e na Secretaria da Saúde.
A CPI tem 90 dias de prazo, podendo ser prorrogado por mais tempo. Entretanto, a base governista na Assembleia quer encerrar os trabalhos antes da campanha eleitoral, que começa a partir da segunda quinzena de agosto. O resultado da investigação, a depender do relatório final, será encaminhado para o Ministério Público de Goiás.
Ou seja: sob comando governista, a CPI muito provavelmente não dará em nada.